cite os cientistas que com seus conhecimentos, a geografia se firmou como ciência
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[Friedrich Heinrich] Alexander von Humboldt (1769-1859), o barão von Humboldt, oriundo de família nobre, nasceu e morreu em Berlim (Alemanha). Humboldt se correspondeu e também influenciou autores e naturalistas de prestígio em sua época pois, como geógrafo, cartógrafo, naturalista e explorador, estabeleceu conceitos importantes para a geografia moderna e desenvolveu ramos significativos como a geografia climática e humana, a fitogeografia e a geopolítica. Algumas publicações relevantes desse autor são Voyage aux régions équinoxiales du Nouveau Continent: fait en 1799, 1800, 1801, 1803 et 1804, Ansichten der Natur (1808), Vues des Cordillères et Monuments des Peuples Indigènes de l’Amérique (1810–1813), Kosmos – Entwurf einer physischen Weltbeschreibung (1845–1862).
Alexander von Humboldt iniciou os seus estudos sobre os trópicos com seus preceptores e estes despertaram desde cedo no jovem pupilo o desejo de viajar para o Novo Mundo. Matriculou-se na Universidade de Frankfurt e estudou contabilidade contra a própria vontade. No entanto, interrompeu o curso para se dedicar intensamente aos estudos no campo da botânica, agora como aluno do já consagrado professor Carl Ludwig Willdenow. Durante uma excursão, conheceu Georg Forster, um importante naturalista, etnólogo e jornalista alemão, que o estimulou a escrever seus primeiros trabalhos sobre o granito. Do professor, Humboldt conservou uma lembrança honrosa e o ideal de pesquisador. Após a morte da mãe, os irmãos Alexander e Wilhelm von Humboldt herdaram uma expressiva fortuna e só então o já naturalista pode planejar e organizar, cuidadosamente, a sua expedição para as regiões equinociais do novo continente, viagem que Humboldt financiou com os próprios recursos.
De 1799 a 1804 Humboldt e Aimé Bonpland iniciaram uma expedição científica pelas Américas, viagem que os levou aos países da Venezuela, Cuba, Colômbia, Equador, Peru e México. Desta expedição foram publicados quatro volumes sob o título Reise in die aequinoctial-Gegenden des neues Continents. Essa viagem teve como principal objetivo o aprofundamento e aquisição de novos conhecimentos sobre o continente. Ao lado dos resultados de pesquisa, baseado em novos métodos de medida e da elaboração quantitativa de fundamentos das ciências naturais, a viagem proporcionou centenas de relatórios geográficos que integrou fatores sociais, sócio-econômicos, políticos e da geografia econômica, e tinha como premissa a pesquisa empírica de campo. Humboldt observou como funcionava a economia colonial, feudal e escravocrata dessas colônias e, mesmo na condição de aristocrata, criticou de forma intensa essa estrutura social e econômica. Por isto, e pelos resultados científicos obtidos durante a sua expedição aos trópicos, Humboldt revolucionou a geografia em seu trabalho sobre as Américas equinociais e também colaborou com o desenvolvimento de outras disciplinas como a astronomia, matemática, física, meteorologia, climatologia, oceanografia, química, farmacologia, botânica, zoologia, geologia, mineralogia, vulcanologia, arqueologia, história, sociologia, agronomia, etnologia e medicina. As contribuições de Humboldt para a ciência foram surpreendentes, visto que ele foi o primeiro explorador moderno a redigir um relato crítico sobre as descobertas feitas na América livre dos preconceitos notados em grande parte da bibliografia anterior sobre o tema, fato que o tornou referência obrigatória de leitura e pesquisa para futuros historiadores e pesquisadores. A obra realizada por Humboldt sobre aqueles países foi uma voz importante no diálogo entre os dois continentes no século XIX, elevando-o a autor mais lido da Europa.
Infelizmente, Humboldt não pode visitar o norte do Brasil como planejou a princípio. Mesmo que tivesse tentado viajar pelas terras brasileiras, ele poderia ser impedido de fazê-lo, uma vez que as autoridades locais da América portuguesa já tinham sido alertadas de que um certo Barão von Humboldt tentaria invadir e espionar o Brasil sob o pretexto cientifico. Este ocultaria alguns planos e havia rumores de que o explorador difundiria novas ideias e perigosos princípios que influenciariam os súditos reais. Ao contrário do que pretendia a coroa portuguesa, Humboldt e Aimé Bonpland conseguiram permissão do rei Carlos IV da Espanha para fazer a sua expedição científica pela América espanhola. Ao final desta, já na Europa, Humboldt publicou cerca de 30 livros sobre o assunto. Para a coroa castelhana o ensaio de Humboldt sobre a política administrativa da América espanhola foi de extrema importância uma vez que o governo mexicano, por quase meio século, o utilizou como orientação nas suas decisões econômicas.