Filosofia, perguntado por cs638718, 5 meses atrás

Cite e explique duas condições históricas necessárias ao “nascimento” da filosofia na Grécia Antiga.​

Soluções para a tarefa

Respondido por alivasconcelos28
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Resposta:

1. *Viagens marítimas* levam os gregos aos extremos do mundo Antigo, chegando a regiões nas quais deveriam habitar deuses e seres extraordinários. Todavia, os navegantes constatam que essas regiões eram habitadas apenas por seres naturais.

Tal circunstância promove um “desencantamento” do mundo, trazendo dúvidas para as explicações mitológicas de um modo geral. A partir de então, os gregos passam a exigir outras explicações para a origem do mundo e para a existência das coisas.

2. *Invenções como o Alfabeto, o Calendário e a Moeda* representam o mundo a partir de abstrações, permitindo aos gregos desenvolver noções racionais a respeito de temas antes concretos ou presos às explicações sobrenaturais.

O Alfabeto traz consigo uma relação diferenciada com a linguagem, que pode ser reduzida abstratamente a um conjunto de sons que, somados, possibilitam a comunicação. Com isso, as palavras não são mais encaradas como intrinsecamente vinculadas às coisas, mas apenas como sua arbitrária expressão.

O Calendário, por sua vez, revela uma noção diferenciada do tempo, como algo que passa e pode ser medido, desvinculado do devir cíclico da natureza, que traz consigo o constante recomeçar. O tempo torna-se um conceito puro, cujo evoluir pode ser registrado e medido.

A Moeda, por fim, revela o desenvolvimento de outra noção abstrata, o valor econômico. Com sua disseminação, os gregos podem recorrer a um conceito abstrato capaz de medir coisas concretas diferentes, comparando-as e trocando-as.

Todas essas invenções, em última instância, “funcionam” de um mesmo modo: incorporam noções abstratas a coisas concretas ou levam as coisas concretas às noções abstratas. Ora, tal mecanismo “ensina” os gregos a fazer abstrações, afastando-se das características aparentes dos objetos, chegando a ideias racionais e sem recorrer aos deuses. Isso é fundamental, pois esse processo corresponde ao “pensar” do filósofo.

Explicação:

fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Unidade I, cap. 1 e cap. 2.

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