cidade que se achega vagarosamente, sem pressa. A viagem é longa, mas a chegada à cidade, desde
que temos a primeira visão, parece interminável, dando-nos tempo para os aconteceres e para a
concretização do SER.
Finalmente, chega-se ao porto, em que tudo é transitório. A improvisação do local onde param
os barcos dá a quem chega a impressão de que, nas pequenas cidades da Amazônia, nada é perene,
tudo é temporário, inacabado e precocemente deteriorado. O porto é por onde se chega e se vai; ele
contém a possibilidade do entendimento da cidade, pois a vida começa no porto, menos pelo
movimento, mais pelo fato de ele encerrar quase tudo que a cidade possui e que nela falta. O porto é
o intermédio entre o rio, a floresta e a cidade, lugar privilegiado dos enigmas amazônicos,
transfigurados em enigmas do mundo, a nos interrogar sobre o nosso passado, presente e futuro. O
rio, a floresta e a cidade têm no porto a fronteira entre a realidade e a ficção, possibilitando-nos leituras
múltiplas de espaços-tempos diversos.
As pequenas cidades são, portanto, cidades locais (3), com atuação restrita, cuja articulação
imediata se dá com um centro subordinado a outro de nível hierárquico superior. Por outro lado, o
processo de surgimento das pequenas cidades na Amazônia não prescinde de suas especificidades, e
é neste sentido que ganha relevância a produção de conhecimento sobre elas, visto que, do ponto de
vista demográfico, no período intercensitário (1991-2000), a região Norte apresentou a maior taxa de
crescimento relativo da população urbana no Brasil, 18,26%, com média de urbanização de 69,87%.
Observa-se que há o aumento do número de cidades e a diminuição do tamanho das mesmas, pois,
em 1991, o tamanho médio das cidades era de 5,2 mil habitantes e, em 2000, de 2,07 mil. Tomando
como exemplo o estado do Amazonas, no censo de 2000, das 62 cidades, 10 têm menos de 5 mil
habitantes e 21, entre 5 a 10 mil habitantes.
Quase sempre, são pequenos núcleos que se emancipam com fraca ou nenhuma infra-
estrutura, tendo como base econômica o repasse de recursos públicos e, embora apresentem a
estrutura de cidade, carecem de atividades econômicas caracterizadas como urbanas, o que faz com
que a população urbana se dedique a atividades rurais tradicionais, como pesca e extrativismo.
Esses núcleos urbanos diferem dos criados às margens das estradas, os quais se constituem
nas novas espacialidades urbanas da Amazônia a partir dos anos 1970, em decorrência da construção
de novos eixos de circulação que são os vetores de expansão da fronteira para a implantação dos
projetos de colonização e da instalação de grandes projetos públicos e privados.
Exercícios
A. No texto, como se define a palavra centro e a palavra periferia? expliquei
Anexos:
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta e explicação:
Centro é definido como o espaço urbano onde se concentra o comércio e o desenvolvimento econômico daquela cidade, onde é possível encontrar construções históricas, edifícios modernos, como shoppings, que simbolizam a riqueza. Quando se fala de países centrais, também está falando sobre os países ricos e economicamente poderosos do mundo capitalista.
Periferia corresponde aos espaços mais afastados do centro, que ficam nos extremos das cidades, compostos pelos bairros mais pobres e mais simples, onde não se encontra prédios chiques, nem todo o luxo cultural e econômico do centro da cidade. E quando se fala de países periféricos, está falando aos países mais pobres que foram tardiamente desenvolvidos.
Espero ter ajudado!
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