(Cesgranrio, 2011, adaptada)
Crianças on-line
A onda da virtualização e da mobilidade via tecnologias digitais não é uma novidade da “nossa Era”. É, sim, a possibilidade da materialização de algo que a humanidade vem fazendo há milhares de anos, desde que precisou sobreviver e viver melhor em ambientes diversos e com condições nem sempre favoráveis.
Virtualizar-se é expandir-se, é promover um movimento de autocriação e de brincar com dimensões de tempo e espaço de uma forma mais “palpável”. É proporcionar a ampliação de conhecimentos e de relações de todos os tipos.
Estamos imersos em um contexto em que viver é estar também virtualmente presente, o que produz os multicenários e as sincronias midiáticas de criação e de exposição que vemos diariamente. A Era do Virtual é um caminho para essa perspectiva múltipla, e a mobilidade é um meio para o alcance da liberdade de expressão que pode ocorrer a qualquer tempo, em qualquer lugar e com qualquer pessoa.
Segundo pesquisas, as crianças brasileiras, as nossas crianças, estão passando cada vez mais tempo on-line, cerca de 73 horas por mês. Esses dados revelam que há uma nova cultura nascendo em todos os âmbitos, que vai desde o simples brincar ao crescer, estudar, trabalhar e se relacionar. Tal comportamento independe do que pensamos estar certo ou errado, pois este binômio não é mais aplicável com uma solução razoável.
As instituições de ensino que incorporarem os meios digitais (tablets, notes, celulares 3G) estarão dando um passo à frente na possibilidade de realizar o seu papel de formação na educação, ampliando o espectro de conhecimentos dos alunos - uma vez que as instituições físicas, apenas mundo real, não serão mais capazes de fazer.
No sentido de alargamento do contingente cognitivo, o segredo para uma educação eficaz está em permitir que as pessoas possam extrair e ao mesmo tempo “gerar” conteúdo nesse novo contexto. Estamos em um momento no qual todos somos criadores e consumidores críticos de informações diversas. Isso significa podermos compilar aquilo que desejamos e transformarmos em novas informações.
A geração de novos conhecimentos já está acontecendo dessa forma. Nesse novo modelo, os conteúdos não são mais simplesmente empacotados do professor para os alunos; mas são conteúdos que permitem a produção de contribuições pelo estudante, geradas por meio de buscas ou de interações com qualquer parte do mundo ou da História, e expressos nas mais diversas formas midiáticas que fomos, até ontem, capazes de conhecer.
GARRIDO, Susane. Crianças on-line. O Globo, Opinião. p. 7, 25 set. 2011. Adaptado. 34
O texto, que é um artigo de opinião, defende a ideia de que
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a tecnologia digital permite que as pessoas sejam também criadoras de conteúdo, além de meras consumidoras.
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