(CEFET – CE)
A NOVA (DES)ORDEM
Em tempos de globalização de mercados, os países desenvolvidos passam por um processo perverso: o crescimento de uma riqueza é acompanhado por uma diminuição no nível de emprego. Atribui-se o encolhimento do mercado de trabalho à escalada dos padrões de qualidade e produtividade das empresas.
A revolução tecnológica é um processo sem volta. A cada inovação, levas de trabalhadores vão sendo privadas do relacionamento diário com o relógio de ponto.
Estudo do Ipea registra algo de que já se suspeitava: a modernização do modelo produtivo, fenômeno recente entre nós, assusta também o trabalhador brasileiro.
A exemplo do que ocorre no chamado Primeiro Mundo, a maior vítima do avanço tecnológico e gerencial é a mão de obra menos qualificada. O novo mercado tende a desprezar o funcionário formado à moda antiga, adestrado para executar tarefas específicas.
Na economia emergente são valorizados trabalhadores de formação educacional mais densa, pessoas com maior capacidade de raciocínio. "De maneira crescente é exigido menor grau de habilidades manipulativas e maior grau de abstração no desempenho do trabalho produtivo", diz o estudo do Ipea. "Torna-se importante o desenvolvimento da capacidade de adquirir e processar intelectualmente novas informações, de superar hábitos tradicionais, de gerenciar-se" a si próprio.
No contexto desse novo modelo, o grau de instrução do trabalhador passa a ser sua principal ferramenta. Os números disponíveis no Brasil a esse respeito são desoladores. Conforme pesquisa nacional feita pelo IBGE em 90, cerca de 33 milhões de trabalhadores brasileiros (53% do mercado de trabalho) tinham no máximo cinco anos de estudo.
A experiência mundial, ainda de acordo com o trabalho do Ipea, indica que são necessários pelo menos oito anos de estudos para que uma pessoa esteja em condições de receber treinamentos específicos.
O maior desafio do Brasil de hoje é, portanto, educar sua gente. Destruído como está, o conserto do modelo educacional do país é tarefa para duas décadas. Até lá, a horda de marginalizados vai inchar.
Josias de Souza. Folha de S. Paulo, 20 out. 1995.
Identifique o substantivo cuja formação se deu pelo processo de derivação regressiva tal como ocorreu com "avanço".
a. moda
b. mercado
c. telefone
d. resgate
e. modelo
Soluções para a tarefa
Respondido por
30
Alternativa D.
Resgate.
A formação do substantivo "resgate" se deu pelo processo de derivação regressiva, pois é derivado do verbo "resgatar".
Nesse caso, há uma redução da palavra, ou seja, a palavra derivada é menor que a palavra primitiva.
Veja outros exemplos de derivação regressiva:
abraçar ⇒ abraço
beijar ⇒ beijo
lutar ⇒ luta
cortar ⇒ corte
conversar ⇒ conversa
perder ⇒ perda
debater ⇒ debate
consumir ⇒ consumo
Nesses casos, há formação de substantivos abstratos a partir de verbos.
Perguntas interessantes
Química,
8 meses atrás
Ed. Física,
8 meses atrás
História,
8 meses atrás
Física,
1 ano atrás
Administração,
1 ano atrás
Matemática,
1 ano atrás