Geografia, perguntado por laidinhaaaa, 6 meses atrás

CARTOGRAFIA, TERRITÓRIO E PODER:


Para as pessoas de um modo geral – incluindo-se aí uma boa parte de especialistas do espaço, como os geógrafos –, quando se fala em mapa, imediatamente um mundo misterioso e fantasioso lhes vem à mente. Por quê? Acredito que seja por causa das muitas lendas que ainda estão a ele associadas. Realmente, nesse universo imagético, o mapa é um dos atores mais interessantes e não menos misteriosos. Quem já não ouviu falar do mapa da “Ilha do Tesouro”, do “mapa da mina”, do “mapa do mundo encantado”. Por causa dessa aura que envolve o mapa é que se criou em torno dele e, sobretudo, em torno da cartografia, uma série de estereótipos, dentre os quais o mais difundido é o que diz que mapa “é uma coisa ao alcance de pouca gente”. Isto decorre talvez do fato de que, ao longo da história, muitas são as histórias que têm o mapa como personagem cheio de enigmas e mistérios.

No meu entender, isto advém, sobretudo, do fato do mapa ser um documento que, realmente, pode esconder tesouros que dão poder políticos e econômicos para aqueles que o monopolizam. Nesse sentido, ele já não é mais apenas um desenho, mas um precioso instrumento testemunhando a existência de riquezas incalculáveis, geográficas e não geográficas. Apenas por este lado, o mapa já fascina mais que mil palavras. Yves Lacoste em seu livro mais polêmico dizia que a “geografia serve, primeiro, para fazer a guerra”. Tenho em mente que, para cunhar essa assertiva, ele se baseou não nas mil e uma teses de geografia acerca das estratégias militares e territoriais em tempos de guerra, mas, principalmente, nos mapas. A história está repleta de exemplos em que o mapa era tido por muitos comandantes – Napoleão à frente – como o mais importante dos generais no front da guerra. Sem que isto tenha sido documentado pelos historiadores, acredito que a derrota final das tropas do imperador francês em Waterloo foi antecipada em decorrência não apenas da desmoralização em que se encontravam seus exércitos, mas, sobretudo, do extravio do baú em que eram guardados a sete chaves os seus mais estratégicos instrumentos de guerra: os mapas. Assim, não é exagero afirmar que o mapa é também instrumento de estratégia e que, antes de tudo, serve, também, para fazer a guerra. Contudo, uma afirmação como esta não deprecia o papel do mapa no mundo moderno, pois ele serve principalmente, como afirma Jacques Bertin em suas obras, para diminuir as discórdias, amenizar a fome e até mesmo reaproximar as pessoas. Muitas tragédias seriam evitadas se dispuséssemos de bons mapas sobre os perigos reais e imaginários que rondam o planeta terra – enchentes devastadoras em consequência de uma má gestão do território, rotas de tráfico de toda ordem, pontos e lugares do globo em perigo por causa da ação desenfreada e incontrolável dos homens, e muitos outros males e perigos.

O mapa pode ser entendido como a linguagem universal da humanidade: No local em que, há 4.500 anos, foi descoberto o primeiro “mapa” de que se tem notícia – gravado em uma placa de argila – e que representa uma parte da Babilônia entre os rios Tigre e Eufrates, a guerra do Golfo (Iraque) explodiu, certamente apoiada por mapas tecnologicamente mais desenvolvidos. O mapa, essa linguagem gráfica que encanta os homens de todas as idades, serve, infelizmente, também para fazer a guerra. Porém, qualquer que seja o papel que se lhe atribua, o mapa continuará nos encantando, pois, ele “fala” em uma linguagem que, doravante, tornou-se universal. Quando os homens falam uma mesma língua, a reaproximação entre eles torna-se mais fraterna, mais humana e até mesmo mais poética.

Na época dos grandes descobrimentos, os primeiros mapas do Novo Mundo eram guardados a sete chaves, e o vazamento de sua existência para o inimigo era punido com a morte. Portugal e Espanha travaram inúmeras “batalhas” no campo da cartografia com o intuito de se dotarem dos melhores mapas para prover as suas descobertas de autenticidade e, assim, fazer deles o instrumento jurídico que daria legitimidade à posse das terras quando das questões de limites. Naquela época, mais que a moeda, o mapa era um dos documentos mais falsificados, e a sua comercialização tornou-se um grande negócio. Dentre os “comerciantes de mapas”, os holandeses eram os mais poderosos e os mais hábeis em reproduzi-los, falsificá-los e em enriquecê-los com iluminuras e “informações novas”. Hoje os EUA e outros países desenvolvidos guardam os mapas de satélites mais desenvolvidos a sete chaves (quer dizer: a sete senhas). Dessa forma os mapas, desde os primórdios da humanidade, davam, e ainda dão, poder a quem os possuía e dominavam sua leitura. Esse poder pode ser para o bem ou para o mal.


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Soluções para a tarefa

Respondido por joserogerjose8
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O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de uma investigação sobre o processo de leitura/interpretação e produção de textos com alunos do 9º ano do ensino fundamental da Escola Alberto Torres, vistoque, nos últimos anos tem-se notado uma profunda dificuldade de nossos discentes quanto ao processo de produção, leitura/compressão de textos com uma linguagem culta.

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Nas ultimas décadas vem se percebendo uma grande deficiência no processo de leitura-compreensão e produção de textos por partes dos alunos que estão saindo do ensino fundamental e ingressando no ensino médio. Um grande número de alunos que estão no último ano do ensino fundamental não conseguem produzir ou até mesmo interpretar textos simples como uma narração, porexemplo, isso por queaté ha algunsanos, a leitura consistia no simples reconhecimento de letras, sílabas e palavras. As pessoas se preocupavam com uma boa pronúncia ao ler, bloqueando, muitas vezes, seu entendimento sobre o conteúdo adquirido, ou seja, não saindo da primeira etapa do processo de leitura, não iam muito além do domínio de pronúncia.


laidinhaaaa: Obrigado
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