Português, perguntado por garticemail897, 2 meses atrás

carta do leitor: Consumo excessivo de informações na internet pode impedir a captação de conteúdos de qualidade
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Respondido por maucamara1
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Resposta:

O consumo excessivo de informações e, ainda, de baixa qualidade, disponíveis na internet, nas redes sociais e na televisão – com ampla gama de programas para todos os tipos de públicos – pode ter efeitos mentais, e até físicos, negativos. Como o excesso de informação prejudica a saúde mental

Manter-se informado é diferente de se sobrecarregar de informações que induzem a momentos de ansiedade, estresse, insegurança e frustração. O excesso de informações ou infoxicação pode ser um fator que provoca desconcentração e esquecimento e ainda intensificar e desencadear transtornos mentais.

Estamos em 2021 e nas últimas décadas observamos a tecnologia ocupar um espaço cada vez mais essencial e indispensável em nossas vidas. Considerando o contexto da pandemia e da tecnologia que permite que a informação circule rapidamente e por meio de múltiplos canais como o celular, o computador, a televisão, redes sociais, jornais e outros, é de se esperar que haja algum impacto na saúde mental da população.

Apesar de já estarmos acostumados às facilidades e à rapidez do mundo tecnológico, durante o isolamento social (medida essencial para o controle da pandemia pela covid-19), estivemos todos totalmente dependentes dos aparelhos digitais, mídias e internet para interagir, trabalhar, se divertir e executar todas as outras tarefas rotineiras, o que fez com que o acesso à informação e o uso das plataformas digitais fosse ainda mais intenso e excessivo.

Dessa forma, nos dias atuais vivemos, além da pandemia, o que chamamos de infodemia. Mas, afinal, quais são as consequências da sobrecarga de informações e da infodemia?

Excesso de informação

Infodemia e a sobrecarga de informações

Segundo a Página Informativa n° 5 – Entenda a Infodemia e a Desinformação na Luta Contra a Covid-19, desenvolvida e publicada pelo Departamento de Evidência e Inteligência para Ação em Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde, a infodemia é um processo que aconteceu como uma resposta ao surto provocado pelo coronavírus: uma enxurrada de informações num volume tão grande, que fica extremamente difícil encontrar e saber quais delas são de fato confiáveis – porque além da enorme quantidade de informações, ainda temos que lidar com a desinformação provinda das famosas fake news.

O conceito de infodemia significa uma epidemia de informações, razão pela qual as pessoas se encontram “infoxicadas” (intoxicadas de informação). A situação de pandemia por si só já foi responsável por gerar um aumento expressivo na quantidade de transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade e outras patologias mentais na população – e isso tudo foi agravado pela infodemia, que pareceu injetar uma dose extra de combustível para esses transtornos. A mesma página informativa publicada pela OPAS aponta que a infodemia pode agravar a pandemia porque “as pessoas podem se sentir ansiosas, deprimidas, sobrecarregadas, emocionalmente exaustas e incapazes de atender a demandas importantes”.

O cérebro, o excesso de informação e a ansiedade

Um artigo publicado pela Revista Ciência e Cultura em 2011 chamado Excesso de informação e as (des)memórias no mundo contemporâneo apresentou uma análise de como a sobrecarga de informações afeta o sistema de memórias do nosso cérebro – e quais as consequências disso. Neste artigo, o autor começa elucidando o fato de que o nosso cérebro funciona como um HD e que esse mesmo HD tem um filtro, que escolhe o que será esquecido e o que será armazenado, e, portanto, lembrado, guardado na memória.

O mecanismo de esquecimento e da escolha seletiva fazem com que informações triviais sejam dispensadas e garantem que haja espaço para a apreensão do que é realmente importante. O mesmo artigo aponta que esse sistema sofre influências do nosso estado emocional e cita uma pesquisa que relaciona a produção de proteínas responsáveis pela memória à ação da dopamina, o hormônio da sensação de bem-estar e prazer.

Ansiedade, informação e geração Z

Agora vamos imaginar esse sistema de esquecimento e armazenamento funcionando no corpo de um indivíduo que recebe estímulos praticamente 24 horas por dia, durante 7 dias por semana, há décadas – que é o caso, por exemplo, dos adolescentes e adultos da geração Z. Não é à toa que observamos a ansiedade e a depressão como marcas dessa geração.

O imediatismo e a frustração são sentimentos típicos de quem foi culturalmente e socialmente desenvolvido com o advento da facilidade e agilidade de acesso a praticamente tudo. Isso porque, além de ser a primeira geração verdadeiramente digital e a primeira a viver a globalização como uma experiência que de fato exclui os limites de fronteira geográficos, sociais, econômicos e de informação, a geração Z faz o uso quase que constante das mídias sociais e digitais.

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