Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação
Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.)
Os elementos formais e temáticos relacionados ao con-
texto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cár-
cere das almas, de Cruz e Sousa, são
A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e di-
reta, de temas fi losófi cos.
B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em rela-
ção à temática nacionalista.
C) o refi namento estético da forma poética e o trata-
mento metafísico de temas universais.
D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade
social expressa em imagens poéticas inovadoras.
E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa
a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do
cotidiano.
Soluções para a tarefa
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Letra c. Pode-se ver essa metafísica, no embate da alma que o autor coloca em questão.
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