caraterise a família colonial brasileira?
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O modelo patriarcal, como o próprio nome indica, caracteriza-se por ter como figura central o patriarca, ou seja, o “pai”, que é simultaneamente chefe do clã (dos parentes com laços de sangue) e administrador de toda a extensão econômica e de toda influência social que a família exerce. A extensão .
No Brasil, esse modelo de família começou a formar-se logo no primeiro século da colonização, século XVI, a partir da herança cultural portuguesa, cujas raízes ibéricas estavam, nessa época, fortemente vinculadas com o passado medieval europeu – sem contar a forte influência do modelo de patriarcado muçulmano, de quem os portugueses absorveram muitas características.
As diversas regiões brasileiras, inicialmente divididas em capitanias hereditárias, foram controladas por poucas famílias que se apoderaram dos mecanismos de desenvolvimento econômico dessas regiões. O exemplo mais notório foi o das fazendas de engenho de açúcar no Nordeste brasileiro, especialmente em Pernambuco. Esse modelo atravessou séculos e, até os dias de hoje, pode-se perceber no Brasil traços desse tipo de dominação familiar regional.
O modelo da família patriarcal no Brasil gerou, assim, uma forma específica de organização social, que teve grande implicação em nossa organização política. Trata-se do “patronato político”. Você já deve ter ouvido falar nas aulas sobre República Velha da prática do “apadrinhamento” e do “clientelismo” por parte dos chamados “coronéis” — líderes políticos locais. Pois bem, essas práticas que consistem em “estender os domínios privados”, o âmbito familiar, para a esfera pública, para os domínios da atividade política, têm suas raízes no patriarcalismo.