caracteríze a conjuntura politica e social durante a década de 20 no brasil
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Resposta: Na década de 1920 no Brasil, verificamos que, frente à crise da República Velha e ao monolitismo do domínio oligárquico de São Paulo e Minas Gerais; amplos setores da sociedade brasileira passaram a manifestar uma profunda e crescente insatisfação, que, em alguns casos, resultou em episódios de rebeldia. Foram muitos os acontecimentos de “ruptura”, de “rachaduras” do sistema. Dentre elas, estão a “Campanha Civilista”, de 1910; “Acordo de Ouro Fino”, 1914; a Greve Geral, de 1917; e a “Reação Republicana”, de 1922. Com a Primeira Guerra Mundial, nota-se um fator de agravamento da crise estrutural da economia brasileira e da situação das massas urbanas, obrigadas a enfrentar os efeitos de uma ampla carestia desenfreada. Segundo Anita L. Prestes, no Brasil, o pós-guerra seria marcado por bruscas oscilações econômicas, decorrentes das altas e baixas dos preços de nossos produtos de exportação nos mercados externos. Essa situação conjuntural, junto com suas conseqüências imediatas (carestia acentuada, desemprego, dificuldades de amplos setores sociais...) contribuía e muito para o agravamento da crise estrutural que prejudicava as bases da Primeira República. Ficava evidente que os mecanismos de poder vigentes não atendiam mais à sociedade brasileira e não mais correspondiam às exigências do próprio desenvolvimento capitalista.
O Brasil estava vivendo uma grave crise não apenas econômica, como também social, política, ideológica e cultural, que colocava em discussão todo a estrutura política da chamada República Velha. O sistema de dominação oligárquico, implantado com o advento da República, começava a definhar. Durante os anos 20, a situação política do país iria se agravar, passando por várias etapas de um processo gradativo de contradições sociais e políticas, que terminaria por levar ao colapso final das instituições oligárquicas com a crise mundial de 1929-1930. Anita L. Prestes nos diz que: “Nos anos 20 seriam marcados por incontáveis pronunciamentos e levantes militares que, mais tarde, passariam à História sob a denominação de Tenentismo, uma vez que seus participantes eram, em sua maioria, tenentes ou capitães do Exército”. Podemos nos perguntar sobre os outros segmentos da sociedade, em que eles contribuíram? Por que não foram ativos em suas contestações?
Primeiramente, trataremos do Movimento Operário, que, embora houvesse crescido e tendo um alto grau de combatividade desde a década de 1910, era um setor numericamente restrito da população, existia como tal apenas nos centros urbanos, e no início da década de 20 estavam em descenso, pois acabara de ser fortemente reprimido pelo governo contra as suas lideranças, dentre as quais se destacavam os elementos Anarquistas, os quais atuavam fortemente no movimento sindical desde a primeira década do século XX. O Movimento Operário, portanto, não tinha condições de assumir um papel de liderança na luta política que passaria a sacudir o país.
Outro segmento eram as Oligarquias Dissidentes, que não se dispunham a liderar o processo revolucionário, mesmo sendo contrárias ao sistema político vigente. Mesmo com a derrota, em 1922, elas não estavam dispostas a recorrer às armas contra o governo Epitácio Pessoa e Arthur Bernardes. Suas atitudes eram de prudência e moderação. Viam os acontecimentos tenentistas com certo descompromisso. Preferiam a via dos entendimentos através de manobras políticas, métodos tradicionalmente empregados pelos donos do poder no Brasil, cujo temor de qualquer participação popular é bem conhecido. Não queriam, assim, liderar o chamado “processo revolucionário” temendo perder suas regalias e receando uma ascensão popular. Não eram totalmente contrários ao sistema político, mas ao modo em que ele se dava, a sua execução.
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