Capacidades fisicas usadas no jiu jitsu
Soluções para a tarefa
Dentre as diferentes modalidades de combate, o Brazilian Jiu-Jitsu (BJJ) é uma das que tem crescido com maior intensidade no âmbito internacional. Sistematizado por brasileiros a partir de diversos esportes, como judô, luta olímpica, jiu-jitsu, e praticado principalmente como luta de solo, tem por objetivo levar o oponente à desistência por meios de técnicas de submissão (SCARPI et al., 2009).
Durante combate, o lutador busca, após projetar o oponente ao solo, dominá-lo a partir de imobilizações e alavancas biomecânicas tendo, como meta principal, a aplicação de movimentos de finalização, como estrangulamentos e chaves articulares (DEL VECCHIO et al., 2007, IDE & PADILHA, 2005). Assim como as lutas em geral, o BJJ é classificado como acíclico, caracterizado por esforços intermitentes de curta duração e alta intensidade na aplicação dos golpes, seguidos de pequenos momentos de recuperação, em proporção de 170 para 13 segundos, respectivamente (DEL VECCHIO et al., 2007). Por conseqüência destas características, o possível sistema energético determinante do êxito, durante uma luta de BJJ, é o anaeróbio lático ou glicolítico (ARTIOLI; FRANCHINI E JUNIOR, 2006; DEGOUTTE et al., 2003; DEL VECCHIO et al., 2007; FRANCHINI et al., 1999; PAIVA, 2010). Porém, o metabolismo predominante possivelmente seja o aeróbio, já que este apresenta elevada participação na ressíntese de ATP durante combate, os tempos de esforços são superiores a 75 segundos e exibe atividades sucessivas de esforços e pausas (GASTIN, 2001; GLAISTER, 2005).
Apesar do crescimento internacional expressivo, o BJJ ainda é pouco estudado. A maioria das investigações referentes ao BJJ aborda avaliação de aspectos físicos como, por exemplo, redução do nível de força isométrica de preensão manual ao longo da luta, capacidade aeróbia e flexibilidade (CONCEIÇÃO & SILVA, 2007; COSTA et al., 2009; SOUZA; SILVA E CAMÕES, 2005).
Dentre as evidências, destaca-se relevância da resistência de preensão manual (RPM), pois a pegada deve ser mantida por quase todo o período de luta (DEL VECCHIO et al., 2007; FRANCHINI et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2006); contudo, atletas de BJJ não apresentaram níveis elevados de força máxima de preensão manual (FMPM) (OLIVEIRA et al., 2006). Por outro lado, Franchini et al (2011) evidenciaram que o teste de tempo máximo de suspensão em isometria segurando o Gi (kimono) não diferencia atletas de judô, segundo diferente nível competitivo. Esta discriminação pode ser feita pelo teste dinâmico de resistência de força, realizado a partir da execução de flexões de cotovelo em suspensão, com preensão manual feita no kimono (FRANCHINI et al., 2011).
O componente aeróbio, por sua vez, torna-se fundamental por auxiliar no desempenho de atividades intermitentes de alta intensidade (FRANCHINI et al., 2007). A relevância da capacidade aeróbia foi observada por Del Vecchio et al. (2007) em lutadores de BJJ, e os autores classificaram esta variável como essencial para manutenção da intensidade ao longo do combate, e possível êxito competitivo.
A flexibilidade tóraco-lombar tem destaque pela constante utilização de diferentes articulações na luta de solo (SOUZA; SILVA E CAMÕES, 2005). Bons níveis de amplitude de flexão e extensão do tronco são exigidos nos movimentos específicos do BJJ, o que disponibiliza maior campo de ação entre origem e inserção muscular, permitindo maior velocidade de execução dos movimentos (ANDREATO, 2010).
Entender como o BJJ contribui no aprimoramento da aptidão física de seus praticantes pode auxiliar os profissionais do esporte a delinearem programas de treinamento mais específicos para os lutadores. Ainda, há poucas informações quanto às diferenças, segundo tempo de prática. Deste modo, o objetivo do presente estudo foi quantificar e comparar parâmetros físicos decorrentes da prática de BJJ, em atletas iniciantes (IN) e experientes (EXP).