Brasil nos últimos dois anos.
URGENTE, DOU 25 PONTOS.
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Nos últimos anos, o Brasil vem passando por um dos mais significativos processos
de envelhecimento da população ativa em todo o mundo, mas diferentemente dos
países desenvolvidos, no Brasil este processo não vem sendo acompanhado pelo
crescimento econômico, melhoria do bem-estar e diminuição das desigualdades.
Devido a isto, serão necessárias diversas mudanças no que diz respeito ao
mercado de trabalho e ao perfil das políticas públicas, no sentido de possibilitar a
manutenção da capacidade para o trabalho e a autonomia física e mental dos
trabalhadores no decorrer dos anos. O objetivo deste trabalho foi analisar a
capacidade para o trabalho dos servidores públicos de uma instituição de ensino
superior e os fatores associados. Foi desenvolvido um estudo transversal com uma
amostra aleatória de 600 trabalhadores técnico-administrativos em educação e
para calcular a capacidade para o trabalho foi utilizado o Índice de Capacidade
para o Trabalho (ICT). A população de estudo foi composta, predominantemente:
por homens (51,5%), com idade média de 45 anos (DP=±11), casados ou vivendo
em união estável (61,5%), com pós-graduação (56,7%), que trabalham em apenas
um emprego (83,3%), com carga horária semanal menor ou igual a 40 horas
(78,6%), não trabalham à noite (79,8%), tem contato direto com o público (58,3%)
e obtiveram capacidade para o trabalho predominantemente boa ou ótima (84,7%).
A análise multivariada, realizada através de regressão de Poisson e controlado por
idade e sexo, mostrou que os fatores associados significativamente ao baixo ICT
foram: escolaridade até ensino médio (RP= 2,04; IC95% 1,03-3,75), autoavaliação
de saúde geral ruim (RP= 2,34; IC95% 1,11-3,27), presença de sinais e sintomas
de depressão (RP= 4,52; IC95% 2,03-6,01), sedentarismo (RP= 2,90; IC95% 1,35-
4,77), baixo apoio social no trabalho (RP= 3,97; IC95% 1,66-4,45), absenteísmo
por doença um ou mais dias (RP= 3,82; IC 95% 1,62-4,46) e as exigências do
trabalho predominatemente mentais (RP= 0,54; IC95% 0,32-0,90). Os resultados
do estudo mostraram que, embora a maior parte dos trabalhadores tenham
apresentado boa ou ótima capacidade para o trabalho, ainda houve uma pequena
porcentagem com baixa ou moderada capacidade, o que indica a necessidade de
implementação de medidas de apoio direcionadas a eles, visando melhorar sua
capacidade e prevenir que eles se tornem incapacitados para o trabalho ao longo
do tempo. Além disso, são necessárias medidas direcionadas aos demais
trabalhadores, a fim de manter sua capacidade para o trabalho, explicando a eles
sobre os fatores nocivos e sobre aqueles que colaboram com a manutenção desta
condição.
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