Bode expiatório Quando alguém quer criticar alguma coisa e não sabe o quê, escolhe a televisão para bode expiatório. É claro que a televisão trouxe muitos problemas, entre os quais enumero alguns: 1) Transformou o Brasil numa aldeia global. Despersonalizou a mocinha que morava no extremo Norte e tinha hábitos peculiares – criando uma geração em todo o território nacional vestindo a mesma roupa, andando do mesmo jeito, usando o mesmo desodorante que protege o dia inteiro e o mesmo xampu que dá brilho aos cabelos e o mesmo dentifrício que torna o sorriso irresistível e o hálito perfumado... 2) Acabou-se a conversa doméstica, a hora do almoço e do jantar, em que todos se reuniam para a troca de impressões sobre os problemas do dia. Ai da visita que tenha a petulância de chegar na hora da novela! Ai do filho que peça um conselho na hora do futebol! A televisão hipnotiza a família e ninguém conversa com ninguém. Todos se desentendem cordialmente. 3) Os hábitos da família mudaram para pior. Não se tem hora mais para dormir. Dormir já era. Até altas horas da madrugada, a lanterna mágica e quase sempre colorida despeja um mundo de mentirinha que, em contraste com o duro mundo da conquista do pão de cada dia, choca e desencanta. 4) A televisão tem despejado entre nós uma certa dose de violência através dos “enlatados” que vêm de fora. Mas a violência não está só nos filmes para adultos, que as crianças teimam em assistir com olhos arregalados. Está também, e especialmente, nos desenhos animados, onde o sadismo, a violência, a crueldade são a nota mais corriqueira e comum. Tudo isso alinhava contra a televisão os que só sabem “descer a lenha”, ver defeitos, pinçar aspectos negativos. E o lado bom? E os aspectos positivos? E as vantagens? E o lucro? E o entretenimento? E a cultura? E a informação? E a companhia nas horas de solidão? Bem, disso eles se esquecem. (Gióia Júnior. Diário Popular. São Paulo, 5/5/1995). Ao dizer que a televisão “transformou o Brasil numa aldeia global”, o autor: Escolha uma: a. Afirma que a televisão faz com que os brasileiros ajam como povo não civilizado. b. Critica a falta de criatividade do povo brasileiro. c. Sugere que a televisão “uniformiza” a população, desconsiderando as especificidades de cada região. d. Considera a atual geração brasileira como uma geração desprovida de atitudes e características próprias. e. Faz uma associação entre o atraso cultural do país e o excesso de “alegria” do povo brasileiro.
Soluções para a tarefa
O autor, Rafael Gióia Júnior, critica os que os que pensam que a introdução do aparelho de televisão seja prejudicial por veicular uma cultura de massa, que estaria substituindo as particularidades culturais de cada região, que incluem o jeito de se vestir e arrumar, o jeito de falar, as ideias e valores.
O autor de "Bode expiatório" sugere que a televisão acaba uniformizando a população por meio das propagandas e novelas. As características próprias de cada região são deixadas de lado em prol de produtos e culturas que são amplamente veiculadas pela televisão, como o mesmo desodorante ou shampoo que é usado por todas as pessoas.
O texto possui como objetivo falar sobre como a televisão é usada como "bode expiatório" quando as pessoas querem falar negativamente sobre algo. O autor, então, pontua as questões negativas que a televisão trouxe para as nossas vidas, como a hipnose da família e o excesso de violência, mas conclui com uma reflexão sobre os pontos positivos desta.
Assim, a afirmativa correta é a letra C!
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