Biografia do Frederico Garcia Lorca, E 7 de seus poemas;
Soluções para a tarefa
Respondido por
6
Federico García Lorca (1898-1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol. Considerado um dos grandes nomes da literatura espanhola. Levou para sua poesia a paisagem e os costumes da terra natal.
Federico Garcia Lorca (1898-1936) nasceu em Fuente Vaqueros, em Granada, Espanha, no dia 5 de junho de 1898. Por imposição da família, estudou Direito na Universidade de Granada, mas sua vocação era a poesia. Também revelou interesse pela música, pintura e teatro.
Em 1918, publicou seu primeiro livro, "Impressões e Paisagens". Em 1919 mudou-se para Madri onde viveu até 1928. Foi amigo de Salvador Dali e Pedro Salinas. Em 1920, estreou no teatro com a peça "O Malefício da Mariposa". Federico García Lorca é considerado um dos mais importantes escritores modernos de língua espanhola. Cantou através de versos com extrema sensibilidade a alma popular da Andaluzia.
Através de sua poesia, identificou-se com os mouros, judeus, negros e ciganos, alvos de perseguições ao longo da história de sua região. Ele próprio sentiu na pele a discriminação com que os espanhóis da época trataram sua condição de homossexual. Jamais deixou de manifestar aversão aos fascistas e aos militares franquistas.
Viveu nove meses em Nova York, onde escreveu poemas que só foram publicados após sua morte. De volta à Espanha, em 1931, criou e dirigiu a companhia teatral "La Barca", que percorreu as aldeias de todo o país encenando autores famosos como Cervantes e Lope de Vega. Escreveu "Bodas de Sangue" (1933), uma história verdadeira de ciume e morte entre camponeses de Andaluzia, peça teatral que abriu uma nova era no teatro moderno da época. Escreveu "Yerma" (1934) e "A Casa de Bernardo e Alba" (1936), que ficaram conhecidas em diversos países.
Em 1934, já era o mais famoso poeta e dramaturgo espanhol vivo. No dia 19 de agosto de 1936, no auge de sua produção intelectual, foi fuzilado em Granada, por militantes franquistas, no início da Guerra Civil Espanhola.
Poemas:
1) Confusão
Meu coração é teu coração?
Quem me reflexa pensamentos?
Quem me presta esta paixão sem raízes?
Por que muda meu traje de cores?
Tudo é encruzilhada!
Por que vês no céu tanta estrela?
Irmão, és tu ou sou eu?
E estas mãos tão frias são daquele?
Vejo-me pelos ocasos,
e um formigueiro de gente
anda por meu coração.
2)O POETA PEDE AO SEU AMOR QUE LHE ESCREVA
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
3)Tenho medo de perder a maravilha
de teus olhos de estátua e aquele acento
que de noite me imprime em plena face
de teu alento a solitária rosa.
Tenho pena de ser nesta ribeira
tronco sem ramos; e o que mais eu sinto
é não ter a flor, polpa, ou argila
para o gusano do meu sofrimento.
Se és o tesouro meu que oculto tenho
se és minha cruz e minha dor molhada,
se de teu senhorio sou o cão,
não me deixes perder o que ganhei
e as águas decora de teu rio
com as folhas do meu outono esquivo
4)Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-la
5) SINTO
Sinto
que em minhas veias arde
sangue,
chama vermelha que vai cozendo
minhas paixões no coração.
Mulheres, por favor,
derramai água:
quando tudo se queima,
só as fagulhas voam
ao vento.
6) VOLTA DE PASSEIO
Assassinado pelo céu,
entre as formas que vão para a serpente
e as formas que buscam o cristal,
deixarei crescer meus cabelos.
Com a árvore de tocos que não canta
e o menino com o branco rosto de ovo.
Com os animaizinhos de cabeça rota
e a água esfarrapada dos pés secos.
Com tudo o que tem cansaço surdo-mudo
e mariposa afogada no tinteiro.
Tropeçando com meu rosto diferente de cada dia.
Assassinado pelo céu!
7) Cacida da Mão Impossível
Não quero mais que uma mão,
mão ferida, se possível.
Não quero mais que uma mão,
inda que passe noites mil sem cama.
Seria um lírio pálido de cal,
uma pomba atada ao meu coração,
o guarda que na noite do meu trânsito
de todo vetaria o acesso à lua.
Não quero mais que essa mão
para os diários óleos e a mortalha de minha agonia.
Não quero mais que essa mão
para de minha morte ter uma asa.
Tudo mais passa.
Rubor sem nome mais, astro perpétuo.
O demais é o outro; vento triste
enquanto as folhas fogem debandadas.
Federico García Lorca, in 'Divã do Tamarit'
Federico Garcia Lorca (1898-1936) nasceu em Fuente Vaqueros, em Granada, Espanha, no dia 5 de junho de 1898. Por imposição da família, estudou Direito na Universidade de Granada, mas sua vocação era a poesia. Também revelou interesse pela música, pintura e teatro.
Em 1918, publicou seu primeiro livro, "Impressões e Paisagens". Em 1919 mudou-se para Madri onde viveu até 1928. Foi amigo de Salvador Dali e Pedro Salinas. Em 1920, estreou no teatro com a peça "O Malefício da Mariposa". Federico García Lorca é considerado um dos mais importantes escritores modernos de língua espanhola. Cantou através de versos com extrema sensibilidade a alma popular da Andaluzia.
Através de sua poesia, identificou-se com os mouros, judeus, negros e ciganos, alvos de perseguições ao longo da história de sua região. Ele próprio sentiu na pele a discriminação com que os espanhóis da época trataram sua condição de homossexual. Jamais deixou de manifestar aversão aos fascistas e aos militares franquistas.
Viveu nove meses em Nova York, onde escreveu poemas que só foram publicados após sua morte. De volta à Espanha, em 1931, criou e dirigiu a companhia teatral "La Barca", que percorreu as aldeias de todo o país encenando autores famosos como Cervantes e Lope de Vega. Escreveu "Bodas de Sangue" (1933), uma história verdadeira de ciume e morte entre camponeses de Andaluzia, peça teatral que abriu uma nova era no teatro moderno da época. Escreveu "Yerma" (1934) e "A Casa de Bernardo e Alba" (1936), que ficaram conhecidas em diversos países.
Em 1934, já era o mais famoso poeta e dramaturgo espanhol vivo. No dia 19 de agosto de 1936, no auge de sua produção intelectual, foi fuzilado em Granada, por militantes franquistas, no início da Guerra Civil Espanhola.
Poemas:
1) Confusão
Meu coração é teu coração?
Quem me reflexa pensamentos?
Quem me presta esta paixão sem raízes?
Por que muda meu traje de cores?
Tudo é encruzilhada!
Por que vês no céu tanta estrela?
Irmão, és tu ou sou eu?
E estas mãos tão frias são daquele?
Vejo-me pelos ocasos,
e um formigueiro de gente
anda por meu coração.
2)O POETA PEDE AO SEU AMOR QUE LHE ESCREVA
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
3)Tenho medo de perder a maravilha
de teus olhos de estátua e aquele acento
que de noite me imprime em plena face
de teu alento a solitária rosa.
Tenho pena de ser nesta ribeira
tronco sem ramos; e o que mais eu sinto
é não ter a flor, polpa, ou argila
para o gusano do meu sofrimento.
Se és o tesouro meu que oculto tenho
se és minha cruz e minha dor molhada,
se de teu senhorio sou o cão,
não me deixes perder o que ganhei
e as águas decora de teu rio
com as folhas do meu outono esquivo
4)Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-la
5) SINTO
Sinto
que em minhas veias arde
sangue,
chama vermelha que vai cozendo
minhas paixões no coração.
Mulheres, por favor,
derramai água:
quando tudo se queima,
só as fagulhas voam
ao vento.
6) VOLTA DE PASSEIO
Assassinado pelo céu,
entre as formas que vão para a serpente
e as formas que buscam o cristal,
deixarei crescer meus cabelos.
Com a árvore de tocos que não canta
e o menino com o branco rosto de ovo.
Com os animaizinhos de cabeça rota
e a água esfarrapada dos pés secos.
Com tudo o que tem cansaço surdo-mudo
e mariposa afogada no tinteiro.
Tropeçando com meu rosto diferente de cada dia.
Assassinado pelo céu!
7) Cacida da Mão Impossível
Não quero mais que uma mão,
mão ferida, se possível.
Não quero mais que uma mão,
inda que passe noites mil sem cama.
Seria um lírio pálido de cal,
uma pomba atada ao meu coração,
o guarda que na noite do meu trânsito
de todo vetaria o acesso à lua.
Não quero mais que essa mão
para os diários óleos e a mortalha de minha agonia.
Não quero mais que essa mão
para de minha morte ter uma asa.
Tudo mais passa.
Rubor sem nome mais, astro perpétuo.
O demais é o outro; vento triste
enquanto as folhas fogem debandadas.
Federico García Lorca, in 'Divã do Tamarit'
bruna2167:
Obggggg
Perguntas interessantes
Matemática,
9 meses atrás
Matemática,
9 meses atrás
ENEM,
1 ano atrás
Matemática,
1 ano atrás
Português,
1 ano atrás