Artes, perguntado por divanilsonlopes1, 5 meses atrás

Atividades: A tabela, a seguir, expressa o comportamento da concentração do reagented
decorrer do tempo.
Il moll)
18
4,5
2,25
Tempo (min)
1
2
3
1) Calcule a velocidade média em cada intervalo de tempo a seguir:
a) 1 a 2min
a) O a lmin
c) 1 a 4min​

Soluções para a tarefa

Respondido por rksalinha
0

Vamos ler um texto de um jovem autor africano, de Angola, que também usa uma variedade

de Português. Ndalu de Almeida (Luanda, 5 de Julho de 1977). popularmente conhecido

como Ondjaki, é um poeta e escritor angolano. Acompanhe o texto abaixo.

Os calções verdes do Bruno - Ondjaki, in Os da Minha Rua

Até a camarada professora ficou espantada e interrompeu a aula quando o Bruno entrou na

sala. Não era só o que se via na mudança das roupas, mas também o que se podia cheirar com

a chegada daquele Bruno tão lavadinho.

No intervalo, em vez de irmos todos brincar a correr, cada um ficou só espantado a passar

perto do Bruno, mesmo a fingir que ia lá fazer outra coisa qualquer. A antiga blusa vermelha

tinha sido substituída por uma camisa de manga curta esverdeada e flores brancas tipo Havai.

Mas o mais espantoso era o Bruno não trazer os calções dele verdes justos com duas barras

brancas de lado. A pele cheirava a sabonete azul limpo, as orelhas não tinham cera, as unhas

cortadas e limpas, o cabelo lavado e cheio de gel. Até os óculos estavam limpos. Tortos mas

limpos.

Lá fora a gritaria continuava. O Bruno, ao contrário dos últimos seis anos de partilha escolar,

estava mais sério e mais triste.

Fiquei no fundo da sala. Eu era grande amigo do Bruno e mesmo assim não consegui entender

aquela transformação. Olhei o pátio onde as meninas brincavam "trinta e cinco vitórias". Na

porta, uma contra-luz do meio-dia iluminava a cara espantada da Romina. Eu olhava a Romina,

o sol na porta e o Bruno também.

O mujimbo já tinha circulado lá fora e eu nem sabia. Havia uma explicação para tanto banho e

perfumaria. Parece que o Bruno estava apaixonado pela Ró. A mãe do Bruno tinha contado à

mãe do Hélder todos os acontecimentos incríveis da tarde anterior: a procura de um bom

perfume, o gel no cabelo, os sapatos limpos e brilhantes, a carnisa de botões. A mãe do Bruno

disse à mãe do Hélder, "foi ele mesmo que me chamou para eu lhe esfregar as costas".

Depois do intervalo o Bruno passou-me secretamente a carta. Começava assim:

Romina: nos últimos dias já não consigo lanchar pão com marmelada e manteiga, e mesmo

que a minha mãe faça batatas fritas nunca tenho apetite de comer. Ainda por cima de noite só

sonho com os caracóis dos teus cabelos tipo cacho de uva...

A carta continuava bonita como eu nunca soube que o Bruno sabia escrever assim. Ele tinha a

cara afundada nos braços, parecia adormecido, eu lia a carta sem acreditar que o Bruno tinha

escrito aquilo mas os erros de português erar muito dele mesino. Era uma das cartas de amor

mais bonitas que ia ler na minha vida, e eu próprio, anos mais tarde, ia escrever uma carta de

amor também muito bonita, mas nunca tão sincera como aquela.

A camarada professora era muito má. Ve a correr e riu-se porque eu tinha lágrirnas nos

olhos. Pegou na carta e rasgou tudo em pedacinhos tão pequenos como as minhas lágrimas a

as do Bruno. A Romina desconfiou de alguma coisa, porque também tinha os olhos molhados.

O sino tocou. Saímos. Era o último tempo.

No dia seguinte, com um riso que era também de tristeza e uma espécie de saudade, o Bruno

apareceu com a blusa dele vermelha e os calções verdes justos com duas riscas brancas de

lado. Deu a gargalhada dele que incomodava a escola toda e veio brincar connosco.

Na porta da sala, urna contra-luz amarela do meio-dia iluminava a cara bonita da Romina e os

olhos dela molhados com lágrimas de ternura. E o Bruno também.

Após ler atentamente o conto "Os calções verdes do Bruno" de Ondjaki, responda:

1) Além da roupa, porque Bruno causou espanto a todos?

2) Pelo que foi substituída a antiga blusa vermelha de Bruno?

3) Qual o motivo de Bruno estar triste?

4) De acordo com o conteúdo da carta que escreveu, de que Bruno dizia que não

tinha vontade?

5) Porque a professora riu do narrador?

6) O que a professora fez com a carta que Bruno tinha na mão?

7) Após os acontecimentos, como Bruno reapareceu no dia seguinte?

8) A narrativa desse texto está em 1 ou 3º pessoa? Justifique usando um trecho

do texto para comprovar.

9) Defina as características estruturais desta narrativa (se preciso for pesquise

sobre estruturas de uma narrativa para relembrar, é materia de 1º ano!):

a) fato

b) personagens

c) tempo

d) espaço

10) Por se tratar de um texto escrito em Português de outro país, no caso de

Angola, algumas palavras de uso comum por lá podem parecer estranhas ao

português daqui:

Você consegue dar o significado das palavras grifadas abaixo no contexto do

conto? Tente.

a) partilha escolar

b) mujimbo

c) o último tempo

11) O que poderia ser "trinta e cinco vitórias", e porque está escrito entre aspas?

Perguntas interessantes