Atividades:
1) o que significa mercadoria para os povos indígenas?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
Um olhar mais detido sobre os quatro casos apresentados acima revela que há
vários traços comuns no que se refere à problemática do desenvolvimento. Embora sem
pretender esgotá-los, exponho alguns dos mais evidentes, a saber: o fascínio por bens de
consumo; o repúdio à desigualdade; a aceitação limitada do desenvolvimento através da
oferta e demanda de projetos; a busca de compatibilização entre a economia da dádiva e
a economia do mercado nas brechas do sistema dominante; a busca por autonomia; a
observação dos conhecimentos próprios e apropriados seja a favor ou contra o
desenvolvimento; a crítica ao desenvolvimento sustentável por não levar esses
conhecimentos suficientemente a sério.
De uma maneira ou de outra, os bens industrializados exercem um fascínio sobre
todos os povos aqui abordados. No entanto, não é uma atração que traz consigo uma
mudança estrutural de perspectiva na relação de humanos com objetos. De maneira
geral, a acumulação indígena de bens de consumo não tem por objetivo a riqueza
individual, mas a redistribuição comunitária. A atração, por exemplo, das miçangas nas
trocas com os brancos é sempre notável para quem visita os povos indígenas. No
entanto, a acumulação é praticamente inexistente, pois o destino dos bens
industrializados é espalhar-se por um espaço que vai muito além dos limites de
determinada aldeia. Bens industrializados são "domesticados" para obter a condição
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apropriada de consumo pelos indígenas (Albert y Ramos 2000), de modo que passem a
entrar na corrente habitual dos objetos nas aldeias. Muito apropriadamente, Stephen
Hugh-Jones caracteriza a troca indígena como uma espécie de comutador entre dois
mundos. "A troca", diz ele, "desempenha um papel-chave nesse circuito [de bens],
fornecendo tanto a dobradiça entre duas economias [da dádiva e do mercado] como a
porta por onde elas se interpenetram"