As vozes verbais são as formas como os verbos se apresentam na oração, a fim de indicar se o sujeito pratica ou recebe a ação. Assinale a opção que demonstra um termo agente destacado.
a)O livro foi escrito por Machado de Assis.
b)As frutas foram entregues pelo dono da barraca.
c)Lucas foi advertido pela professora sobre suas atitudes.
d)A casa foi invadida por bandidos na manhã de sábado.
e)Maria leu o livro durantes as férias no sítio.
Soluções para a tarefa
Resposta:
As questões relativas às vozes verbais são bastante frequentes nos vestibulares. Geralmente o examinador pede ao candidato que faça transformações da voz ativa em passiva e vice-versa.
Voz verbal é uma categoria gramatical que indica a relação entre o sujeito, o verbo e o objeto da oração. O sujeito pode praticar ou sofrer a ação expressa pelo verbo. Se a pratica, a voz é ativa; se a sofre, a voz é passiva.
Na imprensa, existe certa predileção pelo uso da passiva, pois essa construção permite privilegiar a ação, não seu autor. Numa frase como: "Foram encontrados mais dois corpos sob os escombros", pouco importa o agente da ação, ou seja, quem encontrou os corpos - é o fato em si que sobressai.
Em certa prova da Fuvest, transcrevia-se trecho de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e pedia-se ao aluno que passasse os verbos para a voz passiva. O fragmento traz uma lembrança da infância do narrador, quando fazia suas traquinagens à vontade e dificilmente era admoestado por seu pai: "...e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade...". Os verbos estão na voz ativa, pois, em ambos os casos, o sujeito (elíptico) é que pratica a ação.
Na voz passiva, o objeto direto da ativa assume a função de sujeito. O objeto direto de "repreendia" é o pronome pessoal do caso oblíquo átono "me". Ao transformá-lo em sujeito, ele passa para o caso reto (eu). Ao verbo se acrescenta um auxiliar - normalmente o verbo ser - no mesmo tempo e modo do verbo da oração dada.
O segundo verbo, chamado verbo vicário, substitui o anterior, evitando uma repetição. Tem como objeto direto um pronome demonstrativo, não um pronome pessoal. A forma "o" equivale a isso. "Fazia-o" quer dizer, no contexto, "repreendia-me à vista de gente". Assim, na passiva, ao tornar-se sujeito, o pronome "o" não se converte em "ele" (caso reto), mas em "isso" (demonstrativo). Então teremos: "...e se às vezes eu era repreendido à vista de gente, isso era feito por simples formalidade".
*Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha
Explicação: