As vantagens da morte
Lui Ruffato
Ouvi um toc toc loc, virei de lado, lontava pegar
no sono, calor e pernilongos, ouvi de novo
o loc loc loc, levantei escancarel a janela e
deparei com meu irmão montado em sua Garck
preta com frisos dourados, segundo andar do
prédio do conjunto habitacional onde morava,
perguntando, daquele jolto bonachoso: Vai me
deixar muito tempo aqui fora ainda, Tiquim?
Lle pousou dentro do quarto sem dificuldade,
abriu o descanso, estacionou a bicicleta num
canto . E al, como vão as coisas? Foi quando
notei que eu estava bem mais velho que ele,
ele havia morrido com vinte e dois anos, um
negócio esquisito, chegou da fábrica, trabalhava
de torneiro mecânico na Manufatora, falou que
não estava sentindo bem, jogou na cama de
roupa e tudo, a mãe ainda perguntou se queria
tomar um chá de boldo, disse que não, queria
apenas dormir um pouco, deitou, dormiu, não
acordou mais, e fiquei com a sensação de que
uma manhã eu ia dospertar e lá estaria ele na
cozinha tomando café, enfiado no macacão
fedendo a graxa, pronto pra ir pra fábrica, mas os
anos passaram, ele não levantou mais. E agora
reaparece, como não tivessem decorrido trinta
anos, a cara ainda com marcas de espinhas, o
cabelo emplastrado de brylcreem. E al, como
vão as coisas?
questão 3
a idéia-chave do texto é
A)identificar a morte como algo negativo que interfere em nossas condição mental.
B)naturalizar um assunto pouco debatido para discutir as relações afetivas.
C)recorrer à tradição bíblica para dialogar com o universo sobrenatural.
D)resgatar a temática da morte para aprofundamento filosóficos .
E)expor o cotidiano de indivíduos de classe social privilegiada.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
A
Explicação:
por se tratar da perda ente querido
Respondido por
1
Resposta:
D
Explicação:
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