As línguas mudam
As línguas não são realidades estáticas; elas mudam com o passar do tempo, elas alteram-se continuamente.
Os falantes não têm consciência da mudança. A imagem que eles têm do idioma é que ele é estável. São
várias as razões para que não se perceba a constante alteração da língua. A primeira é que ela é bastante
lenta. Tudo pode mudar na língua: os sons, a gramática, o vocabulário. No entanto, alguns níveis da
linguagem se modificam mais devagar do que outros: por exemplo, o nível fônico, o dos sons de que se vale a
língua para construir as palavras, ou o da gramática tem uma mutação mais vagarosa do que a do
vocabulário. Por outro lado, as mudanças atingem partes da língua e não sua totalidade: não se
transformam todos os sons de uma só vez, não se altera toda a gramática conjuntamente, não se modifica
todo o léxico na mesma ocasião. Isso significa que uma língua é um complexo j ogo de mudanças e
permanência. Ela está sempre num equilíbrio estável.
Além disso, a escrita, que é uma realidade mais estável e permanente do que a língua falada, leva ao
desenvolvimento de um padrão de língua, que é ensinado na escola, é descrito nas gramáticas e nos
dicionários, goza de um valor social mais elevado e, por isso, adquire uma estabilidade maior, refreando a
mutação e servindo de referência para a imagem que o falante tem da língua.
Entretanto, para perceber a modificação da língua, basta pegar textos antigos ou conviver com falantes mais
velhos ou mais jovens. Observemos esse fato, lendo um trecho de uma Cantiga de Amigo, composta por D.
Dinis, que governou Portugal no final do século XIII e no início do XIV.
- Ai flores, ai, flores do verde pino,
Se sabedes nova do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?
01. Analisando as estratégias usadas pelo autor, a fim de assegurar a unidade temática do texto bem como as
propriedades específicas do tipo e do gênero em que se apresenta o Texto intitulado As línguas mudam,
podemos fazer as afirmações abaixo.
I. No âmbito do vocabulário, percebemos uma clara associação semântica entre determinadas palavras, o
que caracteriza um cuidado do autor para marcar a manutenção do tema em discussão. Observemos, por
exemplo, a aproximação de sentido entre as palavras: ‘língua’, ‘idioma’, ‘escrita’, ‘fala’, ‘texto’,
‘gramática’, ‘linguagem’, ‘vocabulário’ etc.
II. No âmbito gramatical, a unidade temática ficou comprometida, pois, no segundo parágrafo, o autor
muda o curso do texto para incluir ‘comentários’ sobre a escrita, sem que esses comentários se
relacionem com a ideia desenvolvida no primeiro parágrafo.
III. O texto é do tipo narrativo; desenvolve-se a partir de uma visão cronológica, com a apresentação de
fatos (as mudanças das línguas), de espaços (Portugal), de tempo (séculos XIII e XIV) e de personagens
(D. Dinis).
IV. O gênero textual concretizado no texto corresponde a um comentário expositivo, no qual o autor
desenvolve uma reflexão sobre a questão das mudanças sofridas pelos sistemas linguísticos ao longo
dos tempos.
V. Em geral, os gêneros ligados à divulgação científica primam pela objetividade, em fidelidade ao
propósito de preservar a identidade do objeto de estudo. Daí não ser muito comum o uso de pronomes
de primeira pessoa ou marcas lexicais de subjetividade.
Estão CORRETAS
A) I, II, III e V.
B) I, III, IV e V.
C) I, IV e V.
D) III, IV e V.
E) I, II e V.
Soluções para a tarefa
Respondido por
5
Resposta:
I, IV, V
Letra C
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