As enchentes de minha infância Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio. Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo. Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas fcavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, fcávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes. BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962. p. 157.Diversos elementos concorrem para a progressão de um texto, assegurando-lhe clareza e coerência. No caso do trecho acima, pode-se reconhecer, nesse sentido, que no trecho “mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua”, a conjunção introduz oração de natureza explicativa. no trecho “a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente”, a palavra “até” traz consigo a ideia de inclusão. no trecho “o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo”, a oração iniciada pela conjunção “que” tem valor semântico consecutivo. no trecho “Isso para nós era uma festa”, o pronome demonstrativo tem função exclusivamente catafórica. no trecho “mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo”, a primeira oração apresenta valor modal em relação à segunda.
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Olá!
Encontrei a questão completa pra você e segue abaixo:
Que função desempenha a expressão destacada no texto “... o volume do rio cresceu
TANTO QUE a família defronte teve medo.” (2º parágrafo)
(A) adição de idéias.
(B) comparação entre dois fatos.
(C) conseqüência de um fato.
(D) finalidade de um fato enunciado
Podemos afirmar que no contexto acima, a expressão "Tanto que" dá a ideia de uma progressão de fatos, isto é, de uma consequência. As consequências surgem como resultados de ações, dando continuidade às ideias, logo, podemos compreender que a alternativa correta do questionamento acima é: (C) conseqüência de um fato.
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73
Resposta:
alternativa c. .mmmmmm
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