"As elites brasileiras que tomaram o poder em 1822 compunham-se de fazendeiros, comerciantes e membros de sua clientela, ligados à economia de importação e exportação e interessados na manutenção das estruturas tradicionais de produção cujas bases eram o sistema de trabalho escravo e a grande propriedade. [...] Formados na ideologia da Ilustração, expurgaram o pensamento liberal das suas feições mais radicais, talhando para uso próprio uma ideologia essencialmente conservadora e antidemocrática. A presença do herdeiro da Casa de Bragança no Brasil ofereceu-lhes a oportunidade de alcançar a Independência sem recorrer à mobilização das massas."
(Emília Viotti da Costa, em Da Monarquia à República).
Na introdução da obra Da Monarquia à República, a historiadora Emília Viotti da Costa analisa a gênese do processo de independência realizado pela elite brasileira, expondo suas características e os grupos que tomaram a frente do carro-chefe revolucionário brasileiro. A independência do Brasil, ocorrida em 1822, teve seu pontapé a partir dos eventos iniciados entre 1807 e 1808, em Portugal. Com base nos seus conhecimentos sobre o período, qual alternativa a seguir é verdadeira?
a)
A independência do Brasil começa, de fato, em 1808, com a chegada da corte portuguesa. Essa medida transformou o Brasil, uma antiga colônia, em sede do império ultramarino português, todas as ordens partiam, a partir daquele momento, da nova capital do Império.
b)
Apesar da mudança da corte portuguesa para o Brasil, não ocorreram mudanças substanciais na estrutura administrativa. Medidas que impediam o desenvolvimento do Brasil continuaram, como o impedimento de manufaturas, a divulgação de ideias e a livre circulação de pessoas e de mercadorias.
c)
O processo de transferência da corte portuguesa para o Brasil foi um fenômeno pensado no calor do momento, devido à ameaça iminente de invasão das tropas napoleônicas. Essa medida foi emergencial e resolvida logo após a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo, quando o Rei voltou para Portugal.
d)
O Brasil experimentou mudanças profundas no seu aparato burocrático e administrativo, ocasionadas pela transferência da família real portuguesa. A presença dos portugueses gerou conflito com a elite local, que buscou romper relações com os europeus, dando origem a uma República, em 1822.
e)
A independência do Brasil foi um processo ocorrido sem grandes mudanças sociais. Houve uma independência política de Portugal, mas as bases da sociedade foram mantidas, como o sistema monárquico, a grande lavoura e o trabalho escravo.
Soluções para a tarefa
Resposta:
e) A independência do Brasil foi um processo ocorrido sem grandes mudanças sociais. Houve uma independência política de Portugal, mas as bases da sociedade foram mantidas, como o sistema monárquico, a grande lavoura e o trabalho escravo.
Explicação:
Resposta correta
A transferência da corte portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1808, transforma o modelo administrativo luso-brasileiro. Apesar da presença do Rei, algumas medidas tiveram que ser realizadas para modernizar o aparelho burocrático. Entre essas medidas estão a liberação de criação de manufaturas, a criação da imprensa régia e abertura de estradas, objetivando um contato maior entre as províncias.
Já existia, tanto em Portugal como no Brasil, medidas que pensavam na possibilidade da transferência da corte e uma administração do Império ultramarino português do lado ocidental do Atlântico.
O contato com uma elite portuguesa gerou ressentimentos na elite local, que se viu em uma posição em que a balança de poder foi equilibrada novamente. No final do processo, houve uma independência política de Portugal, mas sem revoluções na estrutura, sendo mantida a ordem anterior, com a grande propriedade e o modelo escravista.
Resposta:
E.
A independência do Brasil foi um processo ocorrido sem grandes mudanças sociais. Houve uma independência política de Portugal, mas as bases da sociedade foram mantidas, como o sistema monárquico, a grande lavoura e o trabalho escravo.
Explicação:
A transferência da corte portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1808, transforma o modelo administrativo luso-brasileiro. Apesar da presença do Rei, algumas medidas tiveram que ser realizadas para modernizar o aparelho burocrático. Entre essas medidas estão a liberação de criação de manufaturas, a criação da imprensa régia e abertura de estradas, objetivando um contato maior entre as províncias.
Já existia, tanto em Portugal como no Brasil, medidas que pensavam na possibilidade da transferência da corte e uma administração do Império ultramarino português do lado ocidental do Atlântico.
O contato com uma elite portuguesa gerou ressentimentos na elite local, que se viu em uma posição em que a balança de poder foi equilibrada novamente. No final do processo, houve uma independência política de Portugal, mas sem revoluções na estrutura, sendo mantida a ordem anterior, com a grande propriedade e o modelo escravista.