Apresente o método socrático para a busca da verdade?
Explique a teoria do conhecimento .Aristóteles e qual a importância dos sentidos no processo do conhecimento?
Soluções para a tarefa
Método Socrático: Ironia e Maiêutica. O método socrático busca afastar a doxa (opinião) e alcançar a episteme (conhecimento). Para Sócrates, somente após a falsidade ser afastada é que a verdade pode emergir. Sendo assim, seu método de investigação é composto por dois momentos: ironia e maiêutica.
O termo é utilizado no Cristianismo Ortodoxo e no Brasil foi associado à teoria do conhecimento, ramo da filosofia que se ocupa do estudo do conhecimento, a sua origem, natureza, limites do ato cognitivo e da validade do conhecimento em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto.
É interessante perceber como nosso filósofo liga saber e visão. Todos os homens tendem ao saber, por isso amam as sensações e entre essas a visão, uma vez que ela “proporciona mais conhecimento”, e manifesta várias diferenças entre as coisas. No livro segundo da Metafísica, Aristóteles estabelece uma relação semelhante a essa ao dizer:
Novamente temos essa relação da visão com o saber. A inteligência é como os “olhos da alma”, que reagem diante de certas coisas, como os olhos dos morcegos reagem a luz do dia. Giovanni Reale, em seu comentário da Metafísica, afirma que essa superioridade da visão em relação as demais sensações é algo característico da espiritualidade dos gregos, diferente da espiritualidade hebraica que dá a primazia para ouvir a Voz, ou a Palavra de Deus.
Existe um certo debate relacionado ao que Aristóteles tinha em mente ao afirmar que a visão proporciona mais conhecimento que as demais sensações e torna manifesta numerosas diferenças. Alguns estudiosos vêem nessa variedade de diferenças a multiplicidade de cores – branco, preto, cinza, amarelo e vermelho e etc. – algo que não ocorre com quente e frio, úmido e seco por exemplo. Já outros vêem diferenças de grandezas e figuras – grande, pequeno, redondo, quadrado etc. algo que estaria de acordo com a citação de Aristóteles que diz:
Queremos nesse momento focar não nas “numerosas diferenças”, mas sim na capacidade da visão nos proporcionar mais conhecimento.
É significativo o fato de Aristóteles iniciar seu tratado sobre a Metafísica, a ciência que esta acima das demais, aquela que pode até não ter muita utilidade, mas é a mais sublime de todas as ciências, falando de visão e saber. Acreditamos que aqui Aristóteles continua percorrendo o mesmo caminho que filósofos e poetas percorreram, o do olhar. Ele diz:
Qual é essa admiração? Qual é essa dúvida? É uma dúvida em relação ao mundo, e uma admiração diante do mundo. O filósofo e o poeta compartilham de certa forma de um olhar comum. É um olhar que vê o mundo e pergunta por uma possível explicação, e assim temos o mito e a filosofia.
Por que o mundo causa admiração? A resposta é que o mundo é Kosmos. A palavra vem de um verbo grego que significa ordenar, arranjar, assim o Kosmos (mundo) é algo ordenado. Mas Kosmos também esta relacionado a adorno, embelezamento (daí temos a palavra cosmético), assim o Kosmos (mundo) é algo belo. O mundo para o qual o poeta e o filósofo lançaram seus olhos, era uma realidade ordenada e bela, e isso exigia uma explicação. E eles tentaram formula uma. O que ordena o mundo é a água dizia Tales, é o ápeiron dizia Anaximandro; o mundo é ordenado por causa dos números, falavam os pitagóricos. Eram várias propostas, mas o que era comum a todos, era o fato de que o mundo, a realidade observada precisava ser explicada.
Assim vemos que a visão nos conduz a sabedoria colocando diante de nós um mundo que nos enche de encanto e admiração nos forçando assim a buscar uma explicação. Esse conduzir a sabedoria não ocorre em uma olhada, como Aristóteles diz, é dos problemas mais simples para os problemas mais complexos. A considerada por alguns, a maior questão Metafísica é justamente uma constatação do olhar: Por que existe algo e não nada?
Antes de prosseguirmos para nosso próximo ponto cabe aqui uma explicação. Ao afirmarmos a relação sabedoria e visão, não estamos defendendo que o único conhecimento que adquirimos é o do olhar, ou que a mera observação faz o filósofo. Antes o que propomos é que a visão conduz ao raciocínio, a reflexão e etc. Aristóteles é claro em demonstrar no decorrer de sua Metafísica que embora todos os animais possuam sensações, nem todos possuem memória, e por isso nem todos possuem a inteligência. Como nos diz Maria do Carmo: Aristóteles