após a queda da ditadura, era preciso reestruturar o país, o regime político, as eleições e garantir as liberdades democráticas. Como isso foi feito?
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No campo da esquerda, ilegal desde 1947, mas efetivamente clandestino após 1964, o PCB apostava numa frente de oposição, junto com liberais, inclusive os arrependidos de ter apoiado o golpe. O partido, desnorteado desde então, pois suas teses sobre a marcha da “revolução brasileira” tinham se mostrado ineficazes, conseguiu reunir seu comitê central somente em maio de 1965.
Como resultado, lançou a Resolução de Maio, assumindo oficialmente os termos da resistência civil ao regime, ou seja, não armada. O documento caracterizava a ditadura como “reacionária e entreguista”, a serviço dos Estados Unidos, o que entrava em choque com os próprios interesses do capitalismo nacional brasileiro. Afirmavam que ela estava destinada ao fracasso por suas próprias contradições. Assim, os comunistas defendiam que era preciso se unir a todas as forças antiditatoriais para “isolar e derrotar” o regime. Isso deveria ser feito a partir de uma frente que defendesse as “liberdades democráticas” e fosse ativa inclusive nas limitadas eleições permitidas pelo regime.
Portanto, a agenda socialista ainda não estava em pauta, muito menos qualquer radicalização de palavras de ordem que levassem ao isolamento do partido. Tudo mais era “aventureirismo e pressa pequeno-burguesa” fantasiada de revolução. O recado era claro para os que já apontavam o caminho da luta armada.
O PCB enfrentou vários conflitos internos, a começar pela saída de importantes líderes comunistas que aderiram à luta armada no final dos anos 1960. Assim, em 1967, surgiu a Ação Libertadora Nacional (ALN), formada a partir de uma dissidência do PCB, liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara. Outro grupo de dissidentes formou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), liderado por Jacob Gorender e Mário Alves.
Essas duas organizações colocaram em pauta um primeiro problema político a ser analisado, que dividiu as esquerdas da época. Os grupos armados deveriam ter um formato de “grupo de ação” ou “partido”? Na tradição leninista, a segunda opção implicava uma estrutura hierarquizada e burocrática, enquanto a primeira exigia maior descentralização e autonomia tática.
O fato é que a partir daí as esquerdas, sobretudo os grupos armados, se dividiram cada vez mais, chegando a um total de 33 organizações, muitas delas minúsculas, com apenas dezenas de militantes. Além das diferenças de formas organizativas, as divisões surgiam por causa de leituras diferentes do que seria a revolução no Brasil (socialista, nacionalista, democrática? Camponesa? Operária? Feita por uma aliança de classes sociais?) e quais táticas mais eficazes para combater os militares (fazer a guerrilha no campo ou na cidade? Fazer propaganda junto às massas ou priorizar o combate às forças de segurança? Agir a partir de pequenos grupos ou de um grande exército popular?).
Como resultado, lançou a Resolução de Maio, assumindo oficialmente os termos da resistência civil ao regime, ou seja, não armada. O documento caracterizava a ditadura como “reacionária e entreguista”, a serviço dos Estados Unidos, o que entrava em choque com os próprios interesses do capitalismo nacional brasileiro. Afirmavam que ela estava destinada ao fracasso por suas próprias contradições. Assim, os comunistas defendiam que era preciso se unir a todas as forças antiditatoriais para “isolar e derrotar” o regime. Isso deveria ser feito a partir de uma frente que defendesse as “liberdades democráticas” e fosse ativa inclusive nas limitadas eleições permitidas pelo regime.
Portanto, a agenda socialista ainda não estava em pauta, muito menos qualquer radicalização de palavras de ordem que levassem ao isolamento do partido. Tudo mais era “aventureirismo e pressa pequeno-burguesa” fantasiada de revolução. O recado era claro para os que já apontavam o caminho da luta armada.
O PCB enfrentou vários conflitos internos, a começar pela saída de importantes líderes comunistas que aderiram à luta armada no final dos anos 1960. Assim, em 1967, surgiu a Ação Libertadora Nacional (ALN), formada a partir de uma dissidência do PCB, liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara. Outro grupo de dissidentes formou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), liderado por Jacob Gorender e Mário Alves.
Essas duas organizações colocaram em pauta um primeiro problema político a ser analisado, que dividiu as esquerdas da época. Os grupos armados deveriam ter um formato de “grupo de ação” ou “partido”? Na tradição leninista, a segunda opção implicava uma estrutura hierarquizada e burocrática, enquanto a primeira exigia maior descentralização e autonomia tática.
O fato é que a partir daí as esquerdas, sobretudo os grupos armados, se dividiram cada vez mais, chegando a um total de 33 organizações, muitas delas minúsculas, com apenas dezenas de militantes. Além das diferenças de formas organizativas, as divisões surgiam por causa de leituras diferentes do que seria a revolução no Brasil (socialista, nacionalista, democrática? Camponesa? Operária? Feita por uma aliança de classes sociais?) e quais táticas mais eficazes para combater os militares (fazer a guerrilha no campo ou na cidade? Fazer propaganda junto às massas ou priorizar o combate às forças de segurança? Agir a partir de pequenos grupos ou de um grande exército popular?).
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