APÓS A LEITURA, CLASSIFIQUE E DESCREVA QUAL O TIPO DE REGISTRO PREDOMINANTE, APRESENTE E CONCEITUE DOIS TIPOS DE VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS EXPOSTAS NO TEXTO E IDENTIFIQUE UM RECURSO COESIVO CATAFÓRICO NA OBRA
Ax 20 linhas
CLASSE C
Carlos Cavalcanti*
Colégio católico, convento, cercado, castrado, catequizado, cadeado. Constructo carcerário conduzido cotidianamente como controverso castigo cultural. Considerado cético CDF, conheci cristão, crentes, candomblescistas, confusos confucionistas.
Coordenadores caxias caçavam, censuravam, castigavam. Como correção, chegava carta com carimbo, colocando com clareza como consideravam cada criança cativa completamente condenada: Culpados. Cánceres. Capetas.
Colégio caro, cotista. Camelôs, carrocinhas convertiam-se cantina. Com cinquenta centavos comprava churros, contente. Comia cachorro-quente, coxinha com catchup, coca-cola. Capitalismo, como consegue?
Condomínio classe C, caixote creme, crescido, criado. Checava correio, caso chegassem cartas. Conferia contas, contava cheques, confuso, correspondências, convites, comunicados. Cansado, cabeça chumbada. Cadarço correndo como cobra, colado com chão. Calcanhares calçados cobertos com calça completamente carcomida. Caminhava cambaleante compridos corredores.
Crescendo, confeccionei colares, comercializei camisetas, chocolate. Computadores, callcenters, completei combustível. Cursinho. Cardeal. Camaçari. Canela. Compadres chamavam: camarote, choppinho, churrasquinho, cineminha? Como?! Cadeira comia certo, compreendia cursos: Constitucional, Consumidor, Comercial, Contratos, Coletivo... Compenetrado. Conseguiria certificados como competente circense; cambalhotas, contorcionismos, coreografia, corre-corre.
Casei. Casa com comida contada coloca cada cidadão com consciência clarificada. Companheira correria! Compartilhávamos coletivos circulares cotidianamente. “Calmaê Cobra! Chegou!“
Cansado chegava, carcaça completamente consumida. Cadeira, computador! Corrigia cada coisinha. Cozinhava coisa congelada. Caía. Corpo, cadáver, cama.
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Carlos Cavalcanti: célebre contista, cronista catarinense. Conquistou cadeira cativa com Cartas Contingentes, contudo, consagrou-se como clássico contemporâneo com Confissões Colegiais. Casado, com cinco crias, Cacá, como carinhosamente chamado, calou-se cedo. Cardíaco crônico, convalesceu contaminado com contagioso coronavirus contraído compartilhando copos. Cremado com cinquenta ciclos cósmicos, caso contrário, completaria cem. Com criticidade cômica, conhecidas construções, colocações controversas, catarses catárticas, Cacá conquistou corações.
Soluções para a tarefa
A) O tipo de registro que se apresenta mais predominante no texto é o tipo coloquial.
B) Os dois tipos de variação presentes no texto são: variação diacrônica ou histórica expressa em “Constructo carcerário conduzido cotidianamente como controverso castigo cultural” e variação estilística ou de registro expressa em ““Calmaê Cobra! Chegou!” A variação diacrônica ou histórica refere-se à palavras ou expressões que acabam se perdendo durante o tempo e dão lugar a outras. Já a variação de registro ou situacionais, também conhecidas como estilística ocorre de acordo com o contexto ou situação em que decorre o processo comunicativo.
C) O recurso coesivo catafórico na obra está presente na primeira estrofe / parágrafo: "Colégio católico, convento, cercado, castrado, catequizado, cadeado. Constructo carcerário conduzido cotidianamente como controverso castigo cultural. Considerado cético CDF, conheci cristão, crentes, candomblescistas, confusos confucionistas." em que o autor primeiro fala sobre o local e depois comenta sobre o que seria ter estado nesse local
a. O tipo de registro predominante é o registro literário, onde metáfora são utilizadas e para que seja compreendido o texto, é necessário interpretação e análise do contexto como um todo.
b. As distintas variações linguísticas são:
1. Variação diacrônica, em: "Calcanhares calçados cobertos com calça completamente carcomida. Caminhava cambaleante compridos corredores."
2. Variação diastrática, em: "“Calmaê Cobra! Chegou!“
c. Um recurso coesivo catafórico: "Cansado, cabeça chumbada. Cadarço correndo como cobra, colado com chão. Calcanhares calçados cobertos com calça completamente carcomida."