Apesar de haver um forte traço religioso na obra auto da barca do inferno, parece ser possível perceber certa
crítica. Apresente algum fragmento da obra que possa justificar isso.
Soluções para a tarefa
Resposta:
"Diabo — Que cousa tão preciosa...
Entrai, padre reverendo!
Frade — Para onde levais gente?
Diabo — Para aquele fogo ardente que nom temestes vivendo.
Frade — Juro a Deus que nom t'entendo!
E este hábito não me vai?
Diabo — Gentil padre mundanal, a Belzebu vos encomendo!
Frade — Corpo de Deus consagrado!
Pela fé de Jesus Cristo, que eu nom posso entender isto!
Eu hei de ser condenado?!...
Um padre tão namorado e tanto dado à virtude?
Assim Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado!
Diabo — Não curês de mais detença.
Embarcai e partiremos: tomareis um par de ramos.
Frade — Nom ficou isso n'avença.
Diabo — Pois dada está já a sentença!"
Explicação:
Nessa parte, vemos o padre, Frade, discutindo com o Diabo, pois o mesmo fala que o lugar do padre é no inferno. O que, na época em que essa peça foi feita, foi uma afronta e crítica contra a igreja Católica. Porque os padres se achavam divindades, que o paraíso já estava garantido apenas por serem padres, mas Gil Vicente mostra que, na verdade, não importa se é padre, Sapateiro, Enforcado, Corregedor, mas importa o que você fez durante a vida