Aos vivos que direi eu? Digo que se lembre o pó levantado, que há-de ser pó caído. Levante-se o pó com o vento da vida, e muito mais com o vento da fortuna; mas lembre-se o pó, que o vento da fortuna não pode durar mais que o vento da vida, e que pode durar muito menos, porque é mais inconstante. O vento da vida por mais que cresça, nunca pode chegar a ser bonança; o vento da fortuna se cresce, pode chegar a ser tempestade, e tão grande tempestade, que se afogue nela o mesmo vento da vida. Pó levantado, lembra-te outra vez, que hás-de ser pó caído, e que tudo há-de cair, e ser pó contigo. VIEIRA, Antônio. Sermão de Quarta-Feira de Cinza do Ano de 1672. Aponte um dos recursos explorados pelo autor do texto acima: A Exposição lógica de raciocínio. B Registro de explosão sentimental. C Demonstração de sensualidade exacerbada. D Exploração de confusão argumentativa. E Fusão de elementos cristãos e pagãos.
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Um dos recursos explorados pelo autor do texto está na fusão de elementos cristãos (como o "pó", fazendo relação com a alma, assim como a vida e a morte) e elementos pagãos, como a fortuna. A alternativa E está correta.
Neste texto, o autor faz uma relação entre a vida e a morte, além do que levamos do mundo material, que não é nada, literalmente. O pó pelo qual o autor se refere é o que o corpo humano vira, após a morte.
"O vento da vida por mais que cresça, nunca pode chegar a ser bonança" significa que o homem não pode ser imortal, diferente das suas riquezas, que sempre valerão algo.
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