Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2016.
Em relação ao trecho acima, do escritor Carlos Drummond de Andrade, é coerente considerar que:
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é possível comentar que Carlos Drummond de Andrade fala sobre a mudança de época que estamos vendo hoje em dia,pois nos dias atuais,os filhos não respeitam os seus pais,como ele fala nesse trecho.
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A partir da leitura do texto, percebe - se as mudanças ocorridas na língua portuguesa, atestando o quanto a língua muda ao longo do tempo."
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