Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas de dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? – Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já deve de andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, o número de corpos que se têm de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro – seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis.
(Almeida Garrett, Viagens na minha terra).
a) Destas reflexões feitas pelo narrador de Viagens na minha terra, deduz-se que ele tinha em mente um determinado ideal de sociedade. O que caracteriza esse ideal? Explique resumidamente.
b) Identifique, em Viagens na minha terra, o tipo social sobre o qual, principalmente, irá recair a crítica presente nas reflexões do narrador, no trecho aqui reproduzido. O que, de acordo com o livro, caracteriza esse tipo social?
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Vamos as respostas!
a) O narrador tem um ideal de sociedade que valeriam os valores de justiça e igualdade social, onde ninguém se enriqueceria em detrimento da exploração de outros.
b) A principal crítica é sobre a burguesia, representada pela figura do novo barão.
A crítica principal é a postura burguesa em possuir um comportamento pragmático extremista, sempre focado no lucro.
a) O narrador tem um ideal de sociedade que valeriam os valores de justiça e igualdade social, onde ninguém se enriqueceria em detrimento da exploração de outros.
b) A principal crítica é sobre a burguesia, representada pela figura do novo barão.
A crítica principal é a postura burguesa em possuir um comportamento pragmático extremista, sempre focado no lucro.
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