Análise do filme "Narradores de Javé"
1- Por que um mesmo fato pode ser contado de maneiras diversas. Isso só ocorre no cinema? E a história que estudamos e está nos livros? Ela é sempre uma verdade absoluta?
2- Fatos contados por pessoas comuns podem ser considerados documentos históricos?
3- O filme narrativo de ficção também tem o objetivo de contar uma história.Narrar está relacionado à procura de respostas para as questões fundamentais do homem. Contando os casos que conhecem sobre os fundadores e o passado da cidadezinha, os narradores perseguem a própria origem. Qual a finalidade de buscar o passado de Javé?
4- Qual a importância da tradição oral para um povo?
5- A lógica da oralidade se aplica totalmente a escrita?
6- As narrativas dos moradores se conflitavam?
7- “Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé.(...) Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heroicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.”
Ler para quê? Registre em sua opinião a importância do ato de ler.
8- Quais os impactos sociais e culturais a construção de uma hidrelétrica pode produzir?
Soluções para a tarefa
1. Um fato está sempre ligado ao orador, a pessoa que falar, em como fala e por qual motivo a fala, nunca deve ser encarado como algo total, como no cinema, em que vemos diversos filmes sobre um mesmo assunto. Pensemos na Segunda Guerra Mundial e filmes como “A Vida é Bela”, “Bastardos Inglórios” e “O Resgate do Soldado Ryan”, diferentes histórias acerca do mesmo momento histórico. Assim como o audiovisual possui diferentes discursos, a literatura também possui, o que está nos livros também está estritamente ligado a quem escreve, a quem publica e como divulga. Nunca sendo uma verdade absoluta, mas sim diferentes percepções de uma realidade.
2. Dentro da chamada Nova História, após a criação da “Escola dos Annales” na França se quebrou a lógica de que um documento é aquilo que se é oficializado. Tudo pode ser um documento histórico, desde tais documentos oficiais, músicas, vídeos e histórias contadas por pessoas, a chamada História Oral.
3. No filme eles buscam contar diferentes histórias a partir de diferentes perspectivas para construir uma identidade para a cidadezinha, buscando sua própria origem, pois sem o passado e a construção da identificação da cidade e de seus moradores, eles se apresentam sem importância e sem valor histórico.
4. A tradição oral é uma forma de passar de geração para geração tradições e culturas, não que sejam mantidas da mesma forma de maneira estática, mas sim dando novas significações e sendo recriadas para cada contexto histórico. Assim a tradição oral é uma forma de garantir que memórias não se percam com o passar dos anos, mas sim que fiquem vivas e se transformem durante o passar dos anos.
5. Essa importância de relatos orais também a aplicam a relatos escritos, pois também carregam histórias e memórias que são base para a identidade de um povo.
6. Tais narrativas são diversas, pois nenhuma narrativa é absoluta é inquestionável, todo relato humano passa por intempéries como o esquecimento e transformações, logo cada morador do filme possuía uma maneira diferente de contar a história da cidadezinha.
7. A leitura é uma forma importantíssima de se comunicar e transpor ideias para outras pessoas como para futuras gerações, não é o único meio possível para isso, mas é uma maneira bem eficiente e segura. Ao mesmo tempo que é uma possibilidade para ampliar o conhecimento acerca de outros relatos sobre seu povo, como o de outros povos, e assim criando relações humanas em que se estabeleçam semelhanças e não apenas de repúdio e intolerância.
8.
No filme percebemos de maneira forte como uma
hidrelétrica pode produzir um impacto gigantesco, que vai além do triste impacto
ambiental, destruindo ecossistemas e afetando uma biodiversidade. Os impactos
sociais e culturais se encontram no fato de que ao destruir uma cidade se pode
apagar memórias, pois monumentos e edificações carregam histórias, ao se
deslocar um povo para outra região irá se construir um impacto na cultura
local, tanto para o povo que chega como para a população que já está estabelecida
ali, trazendo ressignificações para os dois grupos.