analise a presença da africanidade no Brasil a partir de práticas religiosas afrodescendentes, enfatizando sua localização marginal ou popular, bem como os preconceitos culturais.
Soluções para a tarefa
A africanidade ainda é, no Brasil, vítima de preconceitos e discriminação (algo inexplicável em um país que concentra a maior população negra fora do continente africano), de modo que tudo aquilo que é "explicitamente" africano muitas vezes encontra censura ou desvalorização cultural.
As religiões de matriz afro-descendente ainda são vistas como coisas más e sujas, os traços étnicos africanos são vistos como pouco belos e as práticas africanas são vistas como "estranhas", de modo que ainda há um longo caminho para que africanidade seja bem-vista no Brasil.
As religiões afrodescendentes têm presença no Brasil desde o século XVII. Uma massa de africanos, com sua africanidade, foi deslocada para a América Portuguesa e, depois da independência, ao Império Brasileiro. Apesar de os senhores de escravos imporem uma política de esquecimento dessa africanidade, ela sempre esteve presente no conjunto das práticas religiosas no país. Contudo, o lugar ocupado pelas religiões de matriz africana está à margem da fé dominante, que é o cristianismo Ocidental. É impossível não compor a esfera religiosa no campo maior de preconceito e discriminação das práticas culturais africanas. O racismo não é apenas ato individual de preconceito de cor ou raça, pois corresponde ao ato de negação de toda a expressividade negra e africana no país. Em outras palavras, é um ato de expropriação da africanidade que, no caso específico da religiosidade afrodescendente, pode ser exemplificado na posição marginal dos sacerdotes e crentes diante do conjunto das religiões Ocidentais e nas perseguições advindas de fundamentalistas cristãos. Quando comparamos os dados do IBGE referentes à distribuição das principais religiões brasileiras com os dados da divisão da população brasileira por raça ou cor, há evidente dificuldade de autoidentificação dos brasileiros pesquisados com a africanidade, que se caracteriza pelo baixo percentual de pretos e de praticantes de religião afro-brasileira.