América Latina como em outras regiões do mundo, são produzidos e organizados segundo a renda se seus habitantes?
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Isto cobra particular relevância na América Latina, a região mais urbanizada do mundo, onde 80% da população –cerca de 450 milhões de pessoas- vivem nas cidades.
Enquanto a falta de segurança aparece sistematicamente entre as principais preocupações dos latino-americanos, há outro tipo de insegurança da qual se fala pouco mas que também supõe uma ameaça para o bem-estar dos cidadãos. Trata-se, efetivamente, da estrutura e organização das cidades.
Os avanços sociais e econômicos da América Latina durante a última década não vieram acompanhados de um melhor planejamento dos grandes centros urbanos, e alguns resultados visíveis são o caótico transporte privado e público, a rápida urbanização sem respeito aos códigos de construção, a deficiente prestação dos serviços públicos e a deterioração dos espaços, entre outros.
Esta situação também gerou problemas para enfrentar eventualidades naturais, como o foi o recente incêndio em Valparaíso, no Chile, as recorrentes inundações em Buenos Aires ou os frequentes desabamentos de terra nas favelas do Rio de Janeiro. De acordo a estimativas do Banco Mundial, as consequências dos fenômenos naturais representam um custo para a região de dois bilhões de dólares anuais.
O déficit em planejamento das cidades se destaca ainda mais quando surgem as seguintes estatísticas: para 2025, 10% da população mundial viverá em apenas 37 cidades. Por isso, arquitetos, geógrafos, engenheiros e governos da região têm o desafio de planejar com eficiência seus centros urbanos para convertê-los em locais mais habitáveis e seguros.
“Na América Latina deveríamos passar por um planejamento mais estratégico e sustentável que, por um lado, mitigue problemas existentes, como o risco de deslizamentos em morros ou falta de capacidade nos sistemas de drenagem, e por outro, que adapte as cidades para que sejam mais resilientes em relação às ameaças climáticas”, explica Santiago E. Arias, especialista em planejamento urbana do Banco Mundial.