algumas vezes colaboramos e competimos uns com outros e em outros entramos em conflitos uns com outros,estamos sempre?
Soluções para a tarefa
Resposta:
A alternativa mais óbvia para enfrentar esse desafio seria escolher um caminho já traçado por outros e nos deixar guiar por uma definição consensual: a Sociologia é uma disciplina intelectual que pretende produzir um conhecimento sistemático sobre as relações sociais. Por trás do consenso, no entanto, encontraríamos uma série de outras perguntas: O que é uma “disciplina intelectual”? Como se produz um “conhecimento sistemático”? O que são “relações sociais”? Essas perguntas carecem de devida explicação e provocam em nós a vontade de ir adiante, perguntar e refletir mais para saber melhor. Foi aí que a lembrança de um famoso sociólogo nos ajudou. Anthony Giddens escreveu certa vez que “[...] a objeção que os membros leigos da sociedade frequentemente fazem aos postulados da Sociologia é [...] que seus ‘achados’ não lhes dizem nada além do que já sabem – ou, o que é pior, vestem com linguagem técnica o que é perfeitamente familiar na terminologia de todos os dias”. Em outras palavras, aqueles que criticam a Sociologia, segundo Giddens, muitas vezes dizem que ela trata do que todo mundo sabe em uma linguagem que ninguém entende. Por que se diz que a Sociologia “trata do que todo mundo sabe”?
A Sociologia se debruça sobre fenômenos sociais que afetam nosso dia a dia. Afinal, somos seres que, por definição, vivem em sociedade. Algumas vezes, colaboramos e competimos uns com os outros, e em outras entramos em conflito uns com os outros – qualquer que seja a alternativa, estamos sempre em relação. Mesmo os que optam por viver isoladamente, longe do contato com outros seres humanos, carregam consigo uma noção, uma ideia de “sociedade” da qual pretendem se afastar e cujos princípios renegam. Não à toa, o que estamos chamando aqui de fenômenos sociais muitas vezes provoca indagações. Por que a vida em sociedade é como é? Por que uns têm tanto e outros, tão pouco? Por que obedecemos ou contestamos? Por que as pessoas se unem ou se tornam rivais? O que é proibido e o que nos é imposto como obrigação? Por que os governos se organizam de determinada maneira e não de outra? Essas e outras questões nos intrigam, mesmo que não sejamos sociólogos de ofício. Quando, por exemplo, conversamos com um amigo ou colega, somos capazes de expressar opinião sobre qualquer um desses temas. Portanto, fazemos as mesmas perguntas que a Sociologia faz e identificamos os problemas nelas envolvidos. Nesse sentido, sabemos daquilo que a Sociologia trata. Mas será que a Sociologia usa mesmo “uma linguagem que ninguém entende”?
Sem dúvida, a Sociologia trata de questões que reconhecemos, mas com uma linguagem própria, diferente daquela a que estamos acostumados na vida cotidiana. É que a Sociologia se expressa por meio de conceitos, ou seja, noções formuladas de modo deliberado e preciso, e não por meio do senso comum. O senso comum refere-se a um “saber-fazer”, a uma habilidade baseada na experiência prática, cujo domínio possibilita a realização de tarefas específicas: para fazer um ovo cozido, é preciso saber cozinhar.