alguém tira 8 perguntas com resposta desse texto se conseguir fazer complexa agradeço! vou da 50 pontos me ajudem
Absolutamente não pode continuar assim... Já passa... É todo o dia! Arre! —
Mas é meu filho, minh'ama.
E que tem isso? Os filhos de vocês agora têm tanto luxo. Antigamente,
criavam-se à toa; hoje, é um deus-nos-acuda; exigem cuidados, têm moléstias...
Fique sabendo: não pode ir amanhã!
— Ele vai melhorando, Dona Laura; e o doutor disse que não deixasse de
levá-lo lá, amanhã...
— Não pode, não pode, já lhe disse! O conselheiro precisa chegar cedo à
escola; há exames e tem que almoçar cedo... Não vai, não senhora! A gente tem
criados pra que? Não vai, não !
— Vou, e vou sim !... Que bobagem!... Quer matar o pequeno, não é? Pois
sim... Está-se "ninando"...
— O que é que você disse, heim
— É isso mesmo: vou e vou!
— Atrevida .
— Atrevida é você, sua... Pensa que não sei...
Em seguida as duas mulheres se puseram caladas durante um instante: a
patroa — uma alta senhora, ainda moça, de uma beleza suave e marmórea — com
os lábios finos muito descorados e entreabertos, deixando ver os dentes aperolados,
muito iguais, cerrados de cólera; a criada agitada, transformada, com faiscações
desusadas nos olhos pardos e tristes. A patroa não se demorou assim muito tempo.
Violentamente contraída naquele segundo a sua fisionomia repentinamente se abriu
num choro convulsivo.
A injúria da criada, decepções matrimoniais, amarguras do seu ideal amoroso,
fatalidades de temperamento, todo aquele obscuro drama de sua alma, feito de uma
porção de coisas que não chegava bem a colher, mas nas malhas das quais se
sentia presa e sacudida, subiu-lhe de repente à consciência, e ela chorou.
Na sua simplicidade popular, a criada também se pôs a chorar, enternecida
pelo sofrimento que ela mesma provocara na ama.
E ambas, pelo fim dessa transfiguração inopinada, entreolharam-se
surpreendidas, pensando que se acabavam de conhecer naquele instante, tendo até
ali vagas notícias uma da outra, como se vivessem longe, tão longe, que só agora
haviam distinguido bem nitidamente o tom de voz próprio a cada uma delas.
No entendimento peculiar de uma e de outra, sentiram-se irmãs na
desoladora mesquinhez da nossa natureza e iguais, como frágeis conseqüências de
um misterioso encadear de acontecimentos, cuja ligação e fim lhes escapavam
completamente, inteiramente...
A dona da casa, à cabeceira da mesa de jantar, manteve-se silenciosa,
correndo, de quando em quando, o olhar ainda úmido pelas ramagens do atoalhado,
indo, às vezes, com ele até à bandeira da porta defronte, donde pendia a gaiola do
canário, que se sacudia na prisão niquelada.
De pé, a criada avançou algumas palavras. Desculpou-se inábil e despediu-se
humilde.
alguém me ajuda, isso é para hoje!
Soluções para a tarefa
Resposta:
1 - por que a história recorre ao uso de reticências durante algumas falas dos personagens?
2 - com qual intuito foi usada a expressão "deus-nos-acuda" no começo da história?
3 - por que o texto recorre ao uso de anaforas?
4 - descreva a expressão "marmorea" usada pelo narrador para descrever-se a patroa
5 - quais motivos levaram Laura a entrar em um "choro convulsivo"?
6 - em certo momento do texto, fica nítido que a "criada" sabe um segredo da patroa. Por que tal afirmativa fica clara durante o decorrer dos atos?
7 - qual adjetivo o autor usa para descrever a "criada"?
8 - dado ao adjetivo da questão 7, a patroa seria considerada seu antônimo? Se sim, por quê?
Explicação:
Respostas
1 - para marcar omissão de algumas falas ou intromissão na fala de uma dos personagens
2 - segundo a fala da patroa, para drecrever que tudo em volta de crianças vira um verdadeiro tumulto
3 - para dar destaque ao que estava sendo falado. Como dada em "não pode, não pode"
4 - a expressão foi usada para descrever a patroa como uma pessoa severa
5 - cansaço, decepções e amarguras
6 - pelo uso de reticências usado pela empregada
7 - humilde
8 - sim, porque as duas foram culpadas pelos eventos desencadeados através dos diálogos, mas apenas uma foi humilde para pedir perdão.