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Resposta:
A pesquisadora Christiane Maria Cruz de Sousa afirma que a gripe espanhola se espalhou em três ondas de contágio, entre março de 1918 e maio de 1919|1|. Entre essas ondas, a segunda, iniciada em agosto de 1918, foi a pior delas, pois foi a mais contagiosa, causando a morte de milhões de pessoas.
Já em abril de 1918, as tropas britânicas e francesas registravam os primeiros contaminados pela gripe espanhola e, nos meses seguintes, uma série de países europeus apresentou seus primeiros casos da doença: Grécia, Espanha, Dinamarca, etc. Na segunda onda da doença, que aconteceu entre agosto e dezembro de 1918, Ásia, África, América Central e do Sul foram afetados.
A segunda onda de difusão da gripe espanhola tornou a situação alarmante em diversas partes do planeta porque a quantidade de infectados disparou e os sintomas registrados tornaram-se muito graves, o que contribuiu para que a taxa de mortalidade aumentasse bastante. Aqueles que ficavam doentes apresentavam febre, dor no corpo, coriza, tosse, entre outros sintomas.
Nos casos mais graves, os pacientes apresentavam graves problemas respiratórios, dificuldade para respirar e, até mesmo, problemas digestivos e cardiovasculares. Foram registradas também pessoas que se recuperaram da doença, mas contraíram de novo com sintomas agravados|2|. Os médicos procuravam tratar os pacientes da forma que fosse possível, mas o conhecimento médico na época ainda era muito limitado.
Os médicos e cientistas do período não sabiam o que causava a doença, pois os microscópios não tinham capacidade de enxergar o vírus causador da gripe espanhola. Os microscópios conseguiam observar apenas bactérias, micro-organismos maiores que um vírus.
Alguns locais não tomaram as medidas de prevenção necessárias para combater a gripe espanhola e o resultado foi catastrófico. Um caso muito conhecido é Filadélfia, cidade na costa leste dos Estados Unidos que se recusou a seguir as indicações dos especialistas de evitar aglomerações.
Nessa cidade, em setembro de 1918, um desfile dos soldados que estavam sendo enviados para a Primeira Guerra Mundial foi realizado e mobilizou cerca de 200 mil pessoas nas ruas. O resultado foi a disseminação da doença de maneira violenta e a morte de cerca de 16 mil pessoas em um período de aproximadamente seis meses |3|.
Em mais de um ano de pandemia, estima-se que a gripe espanhola tenha causado a morte de cerca de 50 milhões de pessoas. Algumas estimativas mais alarmistas apontam que esse número possa ter chegado até o total de 100 milhões de mortos. Acredita-se que 1/3 da população mundial tenha sido afetada
A covid-19 é uma doença infecciosa que ataca as vias respiratórias. Os sintomas são parecidos com os da gripe, como tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar. Enquanto alguns casos podem ser assintomáticos, outros podem evoluir para pneumonias graves que levam à morte.
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Os médicos e pesquisadores do mundo todo correm contra o tempo para descobrir um remédio, para tratar o doentes, e uma vacina, para prevenir mais casos. Até o momento, a prevenção recomendada é o isolamento social, já que a doença é transmitida pelas vias aéreas e é altamente contagiosa.
Um pouco mais de 100 anos atrás, outra pandemia atingiu o mundo todo e mudou a rotina de vários países: a gripe espanhola. Também conhecida como gripe de 1918, a doença era causada pelo vírus influenza e é considerada uma das doenças mais letais da história.
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A gripe espanhola
A origem da gripe espanhola ainda é desconhecida. Provavelmente, ela foi uma consequência da Primeira Guerra Mundial, devido a escassez de alimentos e piora das condições sanitárias durante e depois do conflito.
gripe espanhola
Gripário no acampamento militar norte-americano em Aix-Les-Bains, França, durante a Primeira Guerra Mundial, por volta de 1918 (Wikimedia Commons)
Também não se sabe ao certo quantas pessoas foram atingidas pela doença, se estima 600 milhões de pessoas tenham contraído a doença, um terço da população mundial da época.
O número de mortos é estimado entre 20 a 50 milhões de pessoas - número de vítimas maior do que a própria guerra mundial. No Brasil, cerca de 35 mil pessoas morreram de gripe espanhola, inclusive o presidente Rodrigues Alves, que nem chegou a assumir o cargo.
Diferentemente da covid-19 - que se sabe se tratar de um novo coronavírus surgido na China - em 1918 e 1919, os médicos desconheciam o vírus influenza, sua origem e a forma de contágio. Assim, a doença se alastrou de forma devastadora e apresentou situações muito semelhantes à vividas atualmente pela pandemia de covid-19.
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