ALGUÉM ME AJUDA MEU DEUS
01) Justifique o título empregado no texto acima:
02) Que dilema é vivenciado pelo eu-lírico (poeta)?
03) Como o eu-lírico (poeta)imaginava que fosse a fome? E como ela realmente
era?
04) Por que ele não conseguia encontrar onde residia a fome?
05) Em que estrofe o poeta descreve a caridade e de que maneira faz isso?
06) Que outros problemas sociais, além da fome, podemos detectar no poema?
Cite-os:
07) Em que momento do texto o eu-lírico (poeta) percebeu que estava
procurando a fome no lugar errado?
08) Por que a reação do mendigo pode causar, a alguns, uma certa estranheza?
O que isso revela?
09) Que mensagem o texto transmite? Comente:
A casa que a fome mora
Eu de tanto ouvir falar (1)
Dos danos que a fome faz,
Um dia eu saí atrás
Da casa que ela mora.
Passei mais de uma hora
Rodando numa favela
Por gueto, beco e viela,
Mas voltei desanimado,
Aborrecido e cansado.
Sem ter visto o rosto dela.
Vi a cara da miséria
Zombando da humildade,
Vi a mão da caridade
Num gesto de um mendigo
Que dividiu o abrigo,
A cama e o travesseiro,
Com um velho companheiro
Que estava desempregado,
Vi da fome o resultado,
Mas dela nem o roteiro.
Vi num barraco de lona
Um fio de esperança,
Nos olhos de uma criança,
De um pai abandonado,
Primo carnal do pecado,
Irmão dos raios da lua,
Com as costas seminuas
Tatuadas de caliça,
Pedindo um pão de justiça
Do outro lado da rua.
Vi o orgulho ferido
Nos braços da ilusão
Vi pedaços de perdão
Pelos iníquos quebrados,
Vi sonhos despedaçados
Partidos antes da hora,
Vi o amor indo embora,
Vi o tridente da dor,
Mas nem de longe via a cor
Da casa que a fome mora.
Vi a gula pendurada
No peito da precisão
Vi a preguiça no chão (2)
Sem ter força de vontade
Vi o caldo da verdade
Fervendo numa panela
Dizendo: "Aqui ninguém come!"
Ouvi os gritos da fome,
Mas não vi a boca dela.
Passei a noite acordado
Sem saber o que fazer,
Louco, louco pra saber
Onde a fome residia
E por que naquele dia
Ela não foi na favela?
E qual o segredo dela,
Quando queria pisava,
Amolecia e matava
E ninguém matava ela?
No outro dia eu saio
De novo à procura dela,
Mas não naquela favela,
Fui procurar num sobrado
Que tinha do outro lado
Onde morava um sultão.
Quando eu pulei o portão
Eu vi a fome deitada
Em uma rede estirada
No alpendre da mansão.
Eu pensava que a fome
Fosse magricela e feia,
Mas era uma sereia
De corpo espetacular
E quem iria culpar
Aquela linda princesa
De tirar o pão da mesa
Dos subúrbios da cidade
Ou pisar sem piedade
Numa criança indefesa?
Engoli três vezes nada
E perguntei: O seu nome?
Respondeu-me: Sou a fome
Que assola a humanidade,
Ataco vila e cidade,
Deixo o campo morimbundo,
Eu não descanso um segundo
Atrofiando e matando, (3)
Me escondendo e zombando
Dos governantes do mundo.
Me alimento das obras
Que são superfaturadas,
Das verbas que são guiadas
Pros bolsos dos marajás
E me escondo por trás
Da fumaça do canhão,
Dos supérfluos da mansão,
Na soma dos desperdícios,
Na queima dos artifícios
Que cega a população.
Tenho pavor da justiça
E medo da igualdade,
Me banho na vaidade
Da modelo desnutrida
Da renda mal dividida (4)
Na mão do cheque sem fundo,
Sou pesadelo profundo
Do sonho do boia fria
E almoço todo dia
Nos cinco estrelas do mundo.
Se vocês continuarem
Me caçando nas favelas,
Nos lamaçais das vielas,
Nunca vão me encontrar
E eu vou continuar
Usando o terno xadrez
Metendo a bola da vez,
Atrofiando e matando,
Me escondendo e zombando
Soluções para a tarefa
Resposta:
01) Justifique o título empregado no texto acima:
02) Que dilema é vivenciado pelo eu-lírico (poeta)?
03) Como o eu-lírico (poeta)imaginava que fosse a fome? E como ela realmente
era?
04) Por que ele não conseguia encontrar onde residia a fome?
05) Em que estrofe o poeta descreve a caridade e de que maneira faz isso?
06) Que outros problemas sociais, além da fome, podemos detectar no poema?
Cite-os:
07) Em que momento do texto o eu-lírico (poeta) percebeu que estava
procurando a fome no lugar errado?
08) Por que a reação do mendigo pode causar, a alguns, uma certa estranheza?
O que isso revela?
09) Que mensagem o texto transmite? Comente:
A casa que a fome mora
Eu de tanto ouvir falar (1)
Dos danos que a fome faz,
Um dia eu saí atrás
Da casa que ela mora.
Passei mais de uma hora
Rodando numa favela
Por gueto, beco e viela,
Mas voltei desanimado,
Aborrecido e cansado.
Sem ter visto o rosto dela.
Vi a cara da miséria
Zombando da humildade,
Vi a mão da caridade
Num gesto de um mendigo
Que dividiu o abrigo,
A cama e o travesseiro,
Com um velho companheiro
Que estava desempregado,
Vi da fome o resultado,
Mas dela nem o roteiro.
Vi num barraco de lona
Um fio de esperança,
Nos olhos de uma criança,
De um pai abandonado,
Primo carnal do pecado,
Irmão dos raios da lua,
Com as costas seminuas
Tatuadas de caliça,
Pedindo um pão de justiça
Do outro lado da rua.
Vi o orgulho ferido
Nos braços da ilusão
Vi pedaços de perdão
Pelos iníquos quebrados,
Vi sonhos despedaçados
Partidos antes da hora,
Vi o amor indo embora,
Vi o tridente da dor,
Mas nem de longe via a cor
Da casa que a fome mora.
Vi a gula pendurada
No peito da precisão
Vi a preguiça no chão (2)
Sem ter força de vontade
Vi o caldo da verdade
Fervendo numa panela
Dizendo: "Aqui ninguém come!"
Ouvi os gritos da fome,
Mas não vi a boca dela.
Passei a noite acordado
Sem saber o que fazer,
Louco, louco pra saber
Onde a fome residia
E por que naquele dia
Ela não foi na favela?
E qual o segredo dela,
Quando queria pisava,
Amolecia e matava
E ninguém matava ela?
No outro dia eu saio
De novo à procura dela,
Mas não naquela favela,
Fui procurar num sobrado
Que tinha do outro lado
Onde morava um sultão.
Quando eu pulei o portão
Eu vi a fome deitada
Em uma rede estirada
No alpendre da mansão.
Eu pensava que a fome
Fosse magricela e feia,
Mas era uma sereia
De corpo espetacular
E quem iria culpar
Aquela linda princesa
De tirar o pão da mesa
Dos subúrbios da cidade
Ou pisar sem piedade
Numa criança indefesa?
Engoli três vezes nada
E perguntei: O seu nome?
Respondeu-me: Sou a fome
Que assola a humanidade,
Ataco vila e cidade,
Deixo o campo morimbundo,
Eu não descanso um segundo
Atrofiando e matando, (3)
Me escondendo e zombando
Dos governantes do mundo.
Me alimento das obras
Que são superfaturadas,
Das verbas que são guiadas
Pros bolsos dos marajás
E me escondo por trás
Da fumaça do canhão,
Dos supérfluos da mansão,
Na soma dos desperdícios,
Na queima dos artifícios
Que cega a população.
Tenho pavor da justiça
E medo da igualdade,
Me banho na vaidade
Da modelo desnutrida
Da renda mal dividida (4)
Na mão do cheque sem fundo,
Sou pesadelo profundo
Do sonho do boia fria
E almoço todo dia
Nos cinco estrelas do mundo.
Se vocês continuarem
Me caçando nas favelas,
Nos lamaçais das vielas,
Nunca vão me encontrar
E eu vou continuar
Usando o terno xadrez
Metendo a bola da vez,
Atrofiando e matando,
Me escondendo e zombando
Explicação:
Explicação:
e so ler o texto depois eu olho melhor to fazendo a postila agora