ALGUÉM ME AJUDA A RESPONDER ?!
Sabe-se que a digestão ocorre antes da introdução do alimento na boca e tem prosseguimento no trato gastrintestinal.
A partir do exposto discorra, com riqueza de detalhes, a respeito da fase gástrica da digestão. Considere todas as enzimas e secreções que participam desta fase.
Soluções para a tarefa
Resposta:
O trato gastrointestinal é constituído por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus, sendo que todos esses órgãos serão associados a glândulas e outros acessórios – como glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar – que criam as condições adequadas para que os processos digestórios ocorram.
Na boca, durante a fase oral, tem-se liberação da secreção salivar, que é uma solução que auxilia na deglutição, gustação, umidificação da mucosa e dos alimentos, proteção por presença de IgA e higiene, além de conter enzimas como a ptialina (a-1,4-amilase), que catalisa a quebra do amido.
Existem três tipos de glândulas salivares, que se diferenciam pelo tipo de secreção: parótida (serosa), submandibular (mista predominantemente serosa) e sublingual (mista predominantemente mucosa), com abertura dos ductos na cavidade oral.
A fase oral também conta com a ação mecânica sobre os alimentos, tendo os dentes como principais efetores tendo a função de misturar o alimento com a saliva e fragmentá-lo para facilitar a absorção.
A língua contém canalículos gustatórios, células receptoras que realizam a transdução química para geração de sinais elétricos, mandando aferências para os núcleos gustatórios no bulbo e encaminhando a informação por aferências somatossensoriais até o córtex.
Explicação:
A fase gástrica inicia após passagem do alimento em direção ao estômago, órgão que tem função de armazenamento, secreção do fator intrínseco para absorção de vitamina B12, digestão química e mecânica, mistura dos alimentos, entre outras.
A fase intestinal se inicia com a saída do quimo do estômago, caracterizando um bolo alimentar mais triturado e aquoso. A presença de acidez, gordura, aminoácidos e enterogastronas no duodeno sinalizam para que o estômago reduza suas taxas de esvaziamento, permitindo que o quimo permaneça um período no duodeno e receba as secreções intestinais e hepatopancreáticas.
O pâncreas possui uma porção exócrina, onde tem-se células acinares responsáveis pela produção de enzimas digestórias e bicarbonato para todas as classes de nutrientes – como amilase, lipases, RNAase, DNAase e proteases, sendo lançadas no duodeno pelo ducto pancreático principal, que desemboca na papila maior (ampola de Vater). Além disso, possui uma parte endócrina com produção de insulina e glucagon nas ilhotas pancreáticas, que serão lançados na circulação e atuarão em mecanismos, como de regulação da homeostase glicêmica.
O fígado produz bile, que será armazenada na vesícula biliar e possibilitará a emulsificação das gorduras ingeridas. O ducto cístico e o hepático comum se unem e formam o ducto colédoco, que desembocará no duodeno juntamente como ducto pancreático principal. A secretina e a colecistoquinina são substâncias produzidas pelo intestino delgado e estimulam a liberação de bile. O enterócito ainda produz aminopeptidases e peptidases, que quebram carboidratos e proteínas em porções menores para permitir a absorção, além de muco para proteção. As amilases rompem ligações a-1,4, e as enzimas desramificadoras rompem as a-1,6, possibilitando a geração de monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) que serão transportados por GLUT 2, GLUT5, SGLT1, entre outros. As proteínas da dieta sofrem ação das proteases, endopeptidases e exopeptidases, de modo que aminoácidos livres, dipeptídeos, tripeptídeos e oligopeptídeos poderão ser absorvidos por diversas maneiras. A digestão dos lipídios inicia por ação das lipases lingual e gástrica, liberando diacilgliceróis e ácidos graxos livres que serão emulsificados pelos sais biliares em micelas, permitindo a ação da lipase pancreática com liberação de monoacilgliceróis e ácidos graxos que serão absorvidos. Os nutrientes absorvidos seguirão para o sistema porta-hepático, exceto as gorduras, essas que seguem para os vasos linfáticos por serem moléculas de proporção maior. Assim, o fígado é o filtro biológico, já que todo conteúdo absorvido segue para a circulação hepática.
Além disso, pelas contrações segmentares, há os movimentos de mistura do quimo com as secreções. A serotonina é um importante regulador da peristalse do intestino delgado por mecanismos neurais não autonômicos, de modo que pacientes que fazem uso de fármacos que modulem os níveis de serotonina poderão ter repercussões gastrointestinais como efeito colateral. Por fim, o intestino grosso é uma região que possui pouca absorção de nutrientes, sendo mais focado na absorção de água, pouco sódio e formação do bolo fecal. Será composto por ceco, cólon (ascendente, transverso e descendente), sigmoide e reto. A motilidade no intestino grosso se dá por haustrações, movimentos antiperistálticos, peristalse e movimentos de massa, este último ocorre de uma a três vezes por dia e empurra o conteúdo do cólon de forma unidirecional.