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A “cognição preguiçosa”
É um caso típico de aplicação da teoria da “cognição preguiçosa”, criada pelo psicólogo e prêmio Nobel Daniel Kahneman, para quem as pessoas tendem a ignorar fatos, dados e eventos que obriguem o cérebro a um esforço adicional. Aqui no Brasil, a pós verdade é nítida no caso das investigações da Lava Jato. Separar o joio do trigo no emaranhado de versões e contra versões produzidas pelas delações premiadas é bem complicado. Há poucas dúvidas sobre a existência de esquemas de propinas, caixa dois eleitoral, superfaturamento, formação de cartéis e enriquecimento de suspeitos, mas provar cada um deles com base em evidências é uma operação complexa e demorada. Em alguns casos até inviável dada a sofisticação dos esquemas adotados pelos suspeitos de corrupção. Mas como existe o interesse político envolvendo a questão e como existe a “cognição preguiçosa”, as convicções passam a ocupar o espaço das evidências e provas. A dicotomia jurídica clássica entre o legal e o ilegal passa a ser substituída por justificativas tipo “domínio do fato”, ou seja, convicções construídas a partir da repetição massiva de percepções individuais ou corporativas, pelos meios de comunicação. Segundo a revista The Economist, o mundo contemporâneo está substituindo os fatos por indícios, percepções por convicções, distorções por vieses. Estamos saindo da dicotomia tradicional entre certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto, fatos ou versões, verdade ou mentira para ingressarmos numa era de avaliações fluidas, terminologias vagas ou juízos baseados mais em sensações do que em evidências. A verossimilhança ganhou mais peso que a comprovação. A pós verdade, um termo já incorporado ao vocabulário da mídia mundial, é parte de um processo inédito provocado essencialmente pela avalancha de informações gerada pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Com tanta informação ao nosso redor é inevitável que surjam dezenas e até centenas de versões sobre um mesmo fato. A consequência também inevitável foi a relativização dos conceitos e sentenças. Mas o que parecia ser um fenômeno positivo, ao eliminar os absurdos da dicotomia clássica num mundo cada vez mais complexo e diverso, acabou gerando uma face obscura na mesma moeda. Os especialistas em informação enviesada ou distorcida (spin doctors no jargão norte-americano), aproveitaram-se das incertezas e inseguranças provocadas pela quebra dos paradigmas dicotômicos para criar a pós verdade, ou seja, uma pseudoverdade apoiada em indícios e convicções, já que os fatos tornaram-se demasiado complexos.
O título do fragmento que constitui o texto I (“A cognição preguiçosa”), pode ser entendido como:
A.. uma atitude de um certo tipo de jornalismo, voltado para interesses políticos, que acaba por falsear a verdade.
B.. um processo de massificação de informações capaz de produzir avaliações jornalísticas marcadas por verossimilhança, em detrimento da verdade.
C.. uma certa preguiça de raciocínio que leva as pessoas a desprezarem os fatos, permitindo que convicções prevaleçam sobre evidências.
D.. uma atitude deliberada das pessoas que as leva a ter novos conceitos de certo ou errado, moral ou imoral etc
E.. a possibilidade de um sem número de interpretações possíveis para um mesmo fato, em função das possibilidades das novas mídias de informação e comunicação.
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Do primeiro parágrafo do texto: [...] para quem as pessoas tendem a ignorar fatos, dados e eventos que obriguem o cérebro a um esforço adicional.
Os mesmos conceitos do trecho, devidamente destacados, estão presentes na opção (c) uma certa preguiça de raciocínio que leva as pessoas a desprezarem os fatos, permitindo que convicções prevaleçam sobre evidências
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