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A seguir temos quatro poemas que abordam o mesmo tema: o amor. Leia-os com atenção e analise:
1. Observando a forma dos poemas (métrica, rima, estrofação), em que se assemelham e em que se diferem?
2. Faça uma breve pesquisa sobre o período em que os autores produziram e explique as diferenças entre os textos:
3. Identifique nos poemas e transcreva os versos em que aparecem as seguintes figuras de linguagem:
a. Metáfora
b. Comparação
c. Paradoxo
d. Personificação
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textos:
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TEXTO I
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
TEXTO II
Teus olhos são negros, negros, Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
[...]
Teu sorriso é uma aurora
Que o horizonte enrubesceu,
— Rosa aberta com o biquinho
Das aves rubras do céu;
[...]
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;
[...]
Teu amor na treva é — um astro,
No silêncio uma canção,
É brisa — nas calmarias,
É abrigo — no tufão;
Por isso eu te amo, querida
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.
Castro Alves, Recife, 1867
TEXTO III
objeto
do meu mais desesperado desejo
não seja aquilo
por quem ardo e não vejo
seja a estrela que me beija oriente que me reja
azul amor beleza
faça qualquer coisa mas pelo amor de deus
ou de nós dois
seja
Paulo Leminski, Caprichos e relaxos.
TEXTO IV
Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento?
Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consito sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou para o alto mar e sem governo.
É tão grave de error, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
Francesco Petrarca
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Explicação:
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