"Africanidade e racismo estrutural"
*por favor alguém me ajuda a fazer um trabalho com esse tema*
Soluções para a tarefa
Olá!
Resposta:
Este artigo discute as dimensões sociais que parecem estar ganhando espaço e experiência negra hoje. Como resultado de uma série de mudanças políticas, sociais e culturais, o ponto de partida é que os afrodescendentes ampliaram seus cenários de interação, provocando mudanças na forma como estabelecem a identidade social. Por exemplo, os jovens negros são os protagonistas no processo de individualização e diferenciação social, o que ajuda a minar a identidade cultural enraizada no já clássico conceito de África e comunidade. Nesse sentido, a forma das relações raciais contemporâneas tem sido criticada, partindo do pressuposto de que os marcos clássicos formados pelos espaços negros não parecem mais condizentes com o que muitos africanos estão realmente vivenciando. A prole de hoje.
Explicação:
A identidade racial origina-se da atribuição pessoal de indivíduos quando eles entram em um relacionamento particular em que se vêem sendo solicitados a definir "marcas" como sinônimos de diferenças ou limites de grupo. Portanto, a realização de determinadas práticas dependerá da situação em cena e dos interesses de indivíduos ou grupos. Nesse plano interpretativo, pretende-se refletir sobre as características que parecem ter as relações raciais na atualidade, e tentar considerar a possibilidade de que certas dinâmicas sociais possam indicar dinâmicas discriminatórias e racistas, anti-racistas e, fundamentalmente, algumas mudanças importantes. O chamado espaço escuro aqui.
A hipótese de trabalho se nutre de uma simples apreciação: o indivíduo autopercebido situacional-mente como negro parece ter ingressado num novo "sistema de coordenadas", de forma tal, que toda nova interação social e suas correlatas relações de poder, toda nova filiação social e "grupo de pertença" determina que se reconsiderem os atuais espaços do racismo e do antirracismo, bem como, de maneira fundamental, o espaço da negritude. A identificação com "o negro", numa heterogênea população de diversas afiliações grupais, parece estar pautada por duas questões básicas: por um lado, pela "indiferença" crescente, entre muitos jovens, ao discurso da Africanidade como apelativo para a elaboração identitária e política, reduzindo-o a uma narrativa que só parece colaborar em momentos pontuais de projeção política concreta e de "marcação grupal" em situações de um conflito social que "reclama" a sua estratégica emergência; e, por outro lado, pela constatação de que são as diferentes situações de conflito vivenciadas por cada indivíduo as constitutivas fundamentais da autopercepção e do "reconhecimento" como indivíduo negro, constituindo-se em referentes importantes e tornando o espaço da negritude um "evento relacional" de diversas dimensões. Como os indivíduos negros contemporâneos navegam em sistemas classificatórios raciais diversos, dependentes das "fronteiras de significados".
Responder acerca dos contornos atuais do que representa esse espaço de identificação racial, social, cultural e individual é o desafio lançado nas reflexões a seguir. Para isso, apela-se, como simples exemplo empírico, a pesquisas e observações realizadas no Parque da Redenção da cidade de Porto Alegre com jovens negros, que são referências incipientes das mudanças nas sociabilidades entre um significativo número de jovens do país. Assim mesmo, necessário será introduzir, na discussão, o sentido e o significado do que se entende por negritude, suas alterações semânticas e sentidos atribuídos na atualidade. Também será preciso realizar uma reflexão crítica em relação ao discurso da africanidade como sinônimo de carga identitária inquestionável para o espaço da negritude. Por último, interessa desenvolver uma crítica aos modelos de sociabilidade que, aparentemente, têm dado sustento e legitimidade à "pertença racial": a comunidade, o movimento social e a narrativa de uma memória coletiva politicamente ativa sob os signos da africanidade.
Espero ter ajudado:)