A uma religiosidade de superfície, menos atenta ao sentido íntimo das cerimônias do que ao colorido e à pompa exterior, quase carnal em seu apego ao concreto (...); transigente e, por isso mesmo, pronta a acordos, ninguém pediria, certamente, que se elevasse a produzir qualquer moral social poderosa. Religiosidade que se perdia e se confundia num mundo sem forma e que, por isso mesmo, não tinha forças para lhe impor sua ordem.
(Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil. Adaptado).
Tendo em vista estas reflexões de Sérgio Buarque de Holanda a respeito do sentido da religião na formação do Brasil, responda ao que se pede.
a) Essas reflexões se aplicam à sociedade representada nas Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida? Justifique resumidamente.
b) Os juízos aqui expressos por Sérgio Buarque de Holanda encontram exemplificação em Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, especialmente na parte em que se narra o período de formação do menino Brás Cubas? Justifique sucin - tamente.
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a) Essas reflexões referentes à religiosidade aplicam-se perfeitamente à sociedade que é representada na obra "Memórias de um sargento de milícias".
Os eventos de cunho religioso são bem mais "acontecimentos sociais e festivos" do que propriamente ato de devoção e contrição, como é demonstrado na passagem em que a madrinha de Leonardo participa de várias missas.
O que realmente a motivava era a curiosidade pela vida alheia, visto que durante o culto ela se dedicava às fofocas.
b) Essas reflexões referentes à superficialidade religiosa aplica-se ainda, completamente, a Brás Cubas quando criança.
Ainda que sua mãe o ensinasse a doutrina religiosa por meio de preces, o que o dominava eram "os nervos e o sangue". De manhã, Brás Cubas pedia perdão a Deus, porém, nem caía a noite e ele já havia cometido atos maldosos, de acordo com o capítulo "O menino é o pai do homem".
Destarte, recordemos que o tio de Brás Cubas era um padre que não sabia plenamente as questões religiosas, no entanto se agarrava fortemente às formalidades do ritual religioso. A sua religiosidade era, portanto, superficial.
Os eventos de cunho religioso são bem mais "acontecimentos sociais e festivos" do que propriamente ato de devoção e contrição, como é demonstrado na passagem em que a madrinha de Leonardo participa de várias missas.
O que realmente a motivava era a curiosidade pela vida alheia, visto que durante o culto ela se dedicava às fofocas.
b) Essas reflexões referentes à superficialidade religiosa aplica-se ainda, completamente, a Brás Cubas quando criança.
Ainda que sua mãe o ensinasse a doutrina religiosa por meio de preces, o que o dominava eram "os nervos e o sangue". De manhã, Brás Cubas pedia perdão a Deus, porém, nem caía a noite e ele já havia cometido atos maldosos, de acordo com o capítulo "O menino é o pai do homem".
Destarte, recordemos que o tio de Brás Cubas era um padre que não sabia plenamente as questões religiosas, no entanto se agarrava fortemente às formalidades do ritual religioso. A sua religiosidade era, portanto, superficial.
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