Filosofia, perguntado por Usuário anônimo, 10 meses atrás

A questão trata da Reforma, conforme o capítulo 8. Leia o texto abaixo escrito por Martinho Lutero e que representa um divisor de águas no pensamento do reformador tanto no ambiente da igreja como fora dele.



“A muitos a fé cristã pareceu coisa fácil, e não poucos também a contam entre as virtudes. Fazem isso porque não a provaram por nenhuma experiência e nunca tomaram o gosto de quão grande é seu poder, visto ser impossível que escreva bem a respeito dela ou entenda bem escritos corretos sobre ela quem não tenha alguma vez provado o espírito da mesma através de tribulações urgentes. Quem, todavia, tiver provado por pouco que seja, jamais pode escrever, dizer, pensar, ouvir o suficiente a respeito dela, pois tal pessoa é uma fonte viva que jorra para a vida eterna, como Cristo a chama em Jo 4.14. Eu, porém — embora não possa gloriar-me de abundância e saiba quão pequeno é meu suprimento —, espero ter alcançado um pouco de fé, agitado que fui por grandes e várias tentações. Espero também poder falar dela se não de modo mais elegante, pelo menos de modo mais sólido do que estes debatedores literais e, sem dúvida, sutis dissertaram até hoje sem entender suas próprias palavras. Para abrir um caminho mais fácil para as pessoas rudes (pois é só a estas que sirvo), adianto estas duas teses acerca da liberdade e da servidão do espírito:

O cristão é um senhor libérrimo sobre tudo, a ninguém sujeito. O cristão é um servo oficiosíssimo de tudo, a todos sujeito.

Ainda que estas afirmações pareçam contradizer-se, elas se prestarão muito bem ao nosso propósito quando se descobrir que concordam entre si. Pois são do próprio Paulo, que diz ambas: "Embora sendo livre, fiz-me escravo de todos." (1 Co 9.19.) "A ninguém fiqueis devendo qualquer coisa, exceto que vos ameis uns aos outros." (Rm 13.8.) Ora, por sua natureza o amor é oficioso e submisso ao que é amado. Assim também Cristo: embora Senhor de todos, foi feito de mulher, feito sob a lei, simultaneamente livre e servo, ao mesmo tempo na forma de Deus e na forma de servo”. (Lutero, Martinho. Da Liberdade Cristã. Obras Selecionadas, 2, 436 e 437).


A partir desse texto, podemos resumir o pensamento da Reforma proposta por Lutero nas seguintes afirmativas:


I. a fé da pessoa e seus atos estão inter-relacionados de tal forma que os atos exteriores expressam o que está no interior da pessoa.

II. a fé é algo particular e que ninguém é obrigado e forçado a crer. Por outro lado, as obras (atos) são necessárias para conseguir o favor e a benção de Deus.

III. que há um pensamento paradoxal no argumento de Lutero: liberdade no coração do crente por causa de Cristo e servir nos atos cristãos por causa do amor ao próximo.

IV. a argumentação de Lutero vem ao encontro das palavras de Jesus que resume toda a vida a amar a Deus e amar ao próximo.

V. que a fé liberta a pessoa interior e exteriormente, dando liberdade plena para aquele que crê em Cristo na sua vida relacional em sociedade.
É correto apenas o que se afirmar
a. I, II e III.
b. II, III e IV.
c. III, IV e V.
d. I, III e IV.
e. II e III.

Soluções para a tarefa

Respondido por MayaraVAssis
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I - Verdadeira- De acordo com o texto as ações se expressão como fé assim como Cristo em suas obras mostrou quão poderosa ela pode ser.

II - Verdadeira - a fé também é uma manifestação de bondade e caridade.

III - Verdadeira - todo ato de liberdade e amor são referentes à fé que temos em Cristo.

IV - Falsa- este ato de amor é, na verdade, um ato de fé.

V - Falsa - a fé representa liberdade no coração e vigilância de suas ações

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