História, perguntado por mtrs, 11 meses atrás

a que se devia essa admiraçao por Getulio Vargas, do litoral ao sertao

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Respondido por eduardokades1
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Caminhamos, agora vertiginosamente, para o término de mais um mandato presidencial. Dentro de 90 dias, renovar-se-á a cerimônia de posse de um brasileiro no Palácio do Planalto. O quatriênio findante foi marcado (ou estigmatizado) por fatos que tisnam os foros de honestidade, nobreza e honradez das gestões de grandes personagens que passaram pelo Catete e pelo Alvorada.
Há 60 anos, registrou-se o trágico desaparecimento de Getúlio Vargas, na manhã de 24 de agosto de 1954, tempo também de eleições. Poder-se-ia, assim, lembrar fatos e personagens que se tornam crescentemente distantes.Em 15 de março de 2011, o jornalista e escritor, poeta de primeira e límpida água Danilo Gomes, amigo de Academia, me enviou uma publicação que bem se presta a estes dias e época.
Era cópia mimeografada de um livro de Orígenes Lessa (autor muito aplaudido por “O feijão e o sonho”, levado ao rádio e à televisão), em que se revivem o pensamento e o sentimento do povo nordestino pela morte do chefe da nação nascido na fronteira Sul.
Orígenes Lessa comparou: “Entre as personalidades que mais impressionaram e fascinaram as classes mais desprotegidas do Brasil, tornando-se temática da poesia popular, que sempre, instintivamente, procurou servir o seu mercado considerável (imediato), Getúlio Vargas foi, sem dúvida, uma das maiores”.
Somente o Padre Cícero inspirou número maior de folhetos. Nem Antônio Silvino, nem Lampião, com o seu apelo sempre renovado pela exploração do cinema, deram lugar a produção literária maior. A de Getúlio é dez vezes superior, pelo menos. “Certamente, os folhetos e romances sobre os dois cangaceiros durarão mais tempo. É natural. São bandoleiros. A estória dos bandoleiros exerce um enorme fascínio sobre a imaginação popular”.
Mas Vargas era um cidadão do Sul, um fronteiriço das barrancas do rio Uruguai, e a literatura de cordel, por sua própria natureza, tem curta sobrevivência. Daí, ter o fato chamado a atenção do professor Raymon Cantel, da Sorbonne: “L’exploitation d’um thème d’actualité dans la literature populaire du Nordeste: La mort du Président Getúlio Vargas”.
Os cordéis sempre serviram no Nordeste à campanha dos a altos cargos. Agamennon Magalhães, José Américo de Almeida, Otávio Mangabeira utilizaram-se em propaganda. Adhemar, Jânio, Jango e Juscelino foram por eles focalizados.
Vargas deve ter começado a surgir nesses veículos lá por 1930 e, à frente, era lembrado. Em 1938, João Martins Athayde o focalizou:

“O Brasil de Norte a Sul
Tem grande admiração
A esse grande estadista
Que dirige a Nação,
O Chefe do Estado Novo
Conquistou a alma do povo,
Do litoral ao Sertão”.

eduardokades1: Quando morreu, apareceram os versos de Minelvino, em Itabuna:

“A 24 de agosto
Quando o dia amanheceu
Um negro manto cobriu
Ligeiro o sol se estendeu
O mundo em peso chorou
Quando a notícia vagou:
Getúlio Vargas morreu”.
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