A poesia satírica do poeta baiano crítica vários aspectos da vida social da cidade de Salvador no século XVII. No texto 3, o eu lírico critica os governantes de uma forma irônica.
Texto 3
Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem freqüente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
A) Na primeira estrofe, cabana, vinha e cozinha são metonímias. Explique o sentido de tais metonímias, com base no contexto em que aparecem.
B) Explique a ironia presente nessa primeira estrofe.
C) Conclua: Nessa estrofe, qual é a critica que Gregório de Matos faz a sociedade em que vive?
Soluções para a tarefa
1. a) "Cabana" se refere à casa; "vinha" se refere ao trabalho e "cozinha" se refere ao serviço doméstico (da mulher do conselheiro).
b) A ironia está no fato de o "grande conselheiro" puder governar o mundo inteiro sem nem ao menos saber governar sua própria vida (cabana, vinha e cozinha - casa, trabalho e serviço doméstico).
c) O eu-lírico critica o fato de um incompetente ser a pessoa que manda.
1) A palavra Cabana está ligada à casa, e, vinha, ao trabalho, além de no texto a cozinha estar ligada ao serviço doméstico.
2) No texto, a ironia está no fato do conselheiro não conseguir dominar nem sua própria vida e ainda sim governar o mundo inteiro.
3) O texto gira em torno da ironia desse mesmo conselheiro que é incompetente e ainda sim governar.
Para ser mais exato, o eu lírico é a voz que elucida a poesia, e, a partir dele, nós, enquanto receptores do conteúdo, podemos entender suas sensações, desejos, vontades, frustrações, que são elencadas pelo autor justamente com o intuito de despertar sentimentos e sensações.
Deste modo, a criação poética necessita de um eu lírico para que o conteúdo seja acessível e se torne mais acessível.
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