A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser
poesia. Ou:qual a origem do discurso não poético, já que , restituindo laços mais íntimos
entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito
primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas,
nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas [...]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação
com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte
essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso
sensível mais direto entre nós e o mundo [...]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se
desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como
a criação se dasapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os poemas –
contaminando o deserto de referencialidade.
ARNALDO ANTUNES
No último parágrafo, o autor se refere à plenitude da linguagem poética, fazendo,
em seguida, uma descrição que corresponde à linguagem não poética, ou seja, à
linguagem referencial.
Pela descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem, o
seguinte traço fundamental:
a) O desgaste da intuição
b) A dissolução da memória
c) A fragmentação da experiência
d) O enfraquecimento da percepção
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Resposta:
a letra B de bola é essa a resposta
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