A obra Os Donos do Poder - Formação do Patronato Político Brasileiro, de Raymundo Faoro, traz como tema central uma explicação para as mazelas do Estado e da Nação brasileiros. Segundo ele, a formação política do Estado brasileiro está fundamentada na estrutura de poder patrimonialista estamental do Estado português que foi transplantada para cá durante o período colonial, posteriormente reforçada pela transmigração da Corte lusa no início do século XIX e transformada em padrão a partir do qual se organizaram a Independência, o Império e a República no Brasil.
Com base na leitura do texto e seus conhecimentos, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta.
I - Na concepção de Faoro, no Brasil primeiro veio o Estado e depois o povo.
II - O Brasil não surgiu de um processo histórico de construção de uma identidade nacional dentro de um território.
III - O português conseguiu apagar a história anterior do Brasil e firmar um novo marco político institucional.
IV - Os portugueses aproveitaram a história do Brasil anterior a sua chegada para construir uma nova identidade nacional.
V - A origem do Estado no Brasil tem como fundamento o povo que o construiu democraticamente.
Estão corretas:
Escolha uma:
a. Apenas as proposições I, III e V
b. Apenas as proposições I, II e III
c. Apenas as proposições II, IV e V
d. Apenas as proposições I, IV e V
e. Apenas as proposições II, III e IV
Soluções para a tarefa
Na concepção de Faoro, o Brasil foi criado a partir de uma construção estatal, uma vez que primeiro o Estado foi constituído e só depois é que veio o processo de construção de uma identidade nacional, com a adoção de líderes nacionais, cultura, entre outros.
Isso pode ser exemplificado, por exemplo, com a grande incidência de revoluções e movimentos separatistas no Segundo Reinado e após a Proclamação da República.
A alternativa correta é a E (II, III, IV).
Resposta:
Para Belmondo Faoro ,o pensamento nacional autônomo existiu em diversos momentos a partir do sec. XVIII no Brasil, porém ele surgiu como um projeto um pouco anárquico, visto ser emancipatório em relação a metrópole portuguesa, não concebendo ao Brasil enquanto nação. Somente depois da Independência começou a ser superado e desenvolvido um pensamento político nacional, o que ele chamou de " liberalismo de transição ".