“A noção de verdade para Foucault está ligada ao exercício ou, mais propriamente, a práticas de poder disseminadas no tecido social. Esse poder não é exercido pela violência aparente nem pela força física, mas pelo adestramento do corpo e do comportamento, a fim de ‘fabricar’ o tipo de trabalhador adequado para a sociedade industrial capitalista. ”(Idem, p. 202) A partir do trecho acima, reflita e escreva um texto apresentando e explicando exemplos que encontramos em nossa sociedade e nos quais podemos identificar os elementos que caracterizam o pensamento de Foucault.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Na sociedade capitalista moderna, observamos várias formações impostas por empresas que visam o tipo padrão de trabalhador. Isso varia muito de acordo com o estilo de trabalho. Um exemplo muito comum é a vestimenta, ou o estilo de cabelo, que muitos locais não aceitam como seus empregados. Tatuagens e piercings são uma das primeiras características notadas em uma entrevista de emprego. Isso claro, em locais mais conservadores, pois muitos contratantes são liberais nesse quesito. Há também um tipo de padrão formado pelo mercado, onde a competição por vagas é deliberadamente exagerada, onde cada vez mais o empregador exige competências que muita das vezes o proletariado de baixa renda não teve acesso, como uma nova língua, ou conhecimentos mais avançados de computação. Outras formas de adestramento no sistema capitalista são as propagandas, que poucos notam sua influência, mas sempre são extremamente cirúrgicas no que diz respeito a manipulação do cidadão. O padrão consumista é cada vez mais visto, é quase um sinônimo do capitalismo, e a publicidade é talvez a maior responsável por isso. Os ponto levantados anteriormente se conectam com a ideia de Focault no século passado, adaptando-a com o estilo de vida atual, nota-se que essa tendência do adestramento social do cidadão estará sempre presente na sociedade.
Explicação:
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Michel Foucault é um dos autores mais influentes nas universidades brasileiras.
Herdeiro de uma modalidade de pensamento característica do marxismo, este pensador francês, com seu toque, basicamente afirma que, diante de qualquer ideia ou afirmação, não interessa saber se ela é verdadeira ou falsa, se corresponde ou não à realidade dos fatos. Só interessa saber qual “esquema de poder” ela defende, e só há dois esquemas de poder: o dos “opressores” e o dos “oprimidos”, do mesmo modo como em Karl Marx há “burgueses” e “proletários”.
A pretensão de julgar as ideias pela sua veracidade ou falsidade é ela mesma um “esquema de poder” a serviço dos “opressores”, segundo Foucault. O problema é que, ao fazer tal denúncia, Foucault incide no que ele mesmo critica: sua pretensão de dizer a verdade denota um raciocínio circular que pouco ou nada diz:
- negar a verdade é uma forma de dizer uma verdade.
Retoricamente, a filosofia de Foucault permanece firme como técnica de denúncia e crítica de qualquer "esquema de poder" imaginável . Seus longos estudos sobre o sistema penitenciário, à instituição dos hospícios e à história da sexualidade mostram um sério esforço de provar com fatos e documentos - questionáveis por alguns historiadores - a correspondência entre as ideias e os grupos de interesse que elas, no seu entender, representavam.
Fica a questão, contudo:
- tal forma de desmascarar revela, de fato, a verdade sobre o assunto tratado, ou não é, pelo contrário, uma nova e sofisticada forma de mentira?
Ao reduzir toda vida humana às estruturas - até a herança biológica humana estaria presa nestas estruturas - Foucault dá o tom característico do pensamento contemporâneo: a denúncia incessante de "poderes" por trás de cada noção humana estabelecida histórica e naturalmente.
As denúncias foucaultianas geram ainda outro problema: um "poder" em si não é nem bom nem ruim. Ao removê-los via crítica, Foucault também remove aquelas dimensões do pensamento humano e da ação que permitem avaliar as virtudes relativas de nossas instituições. Assim, ele aponta para uma tirania ainda maior que aquela contra a qual ele luta.
Nas palavras de Roger Scruton, filósofo inglês, "sua busca de profundidade é o maior sinal de superficialidade. Ela não revela a essência do homem, de sua ação e pensamentos, mas somente a substancia subjacente da qual as instituições humanas e a própria vida são feitas."
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