A importância da África na mataria da africa na matemática
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Resposta:
Explicação passo-a-passo:
O que deixou os estudiosos caucasianos perplexos foi que o bastão de Ishango é uma prova inconteste que os africanos já realizavam cálculos matemáticos 15 mil anos antes dos egípcios e 18 mil anos antes do surgimento da matemática na Grécia.
Conhecemos a matemática como uma só, ciência universal dos padrões a todos os povos e culturas, mas será que cada cultura interpreta os padrões da mesma forma? Será que respondiam os problemas com as mesmas estratégias?
Os povos antigos viviam em lugares distintos, sobreviviam em circunstâncias diferentes, portanto, resolviam seus problemas de maneiras específicas. Desenvolveram técnicas próprias segundo a interpretação e a imaginação que tinham frente a um determinado desafio. Para os egípcios a necessidade de contagem ultrapassavam os milhões, porém para os índios mundurucus não é necessário contar além de cinco.
Na história da humanidade podemos observar elementos comuns entre os povos como o comércio, formas de plantações,construções, idiomas, artes e religiões, apesar das semelhanças todos possuem uma cultura única e individual. Com a matemática não é diferente ela não é universal, não é um “idioma” único. A matemática é cultural, diferente para vários povos.O único ponto de convergência desta ciência são os padrões.
A matemática sofre transformações, por isso não podemos tratá-la com os mesmos princípios de séculos passados. D'Ambrósio, (1998) ressalta que “Enquanto nenhuma religião se universalizou, nenhuma língua se universalizou nenhuma culinária nem medicina se universalizaram, a matemática se universalizou, deslocando todos os demais modos de quantificar, de medir, de ordenar, de inferir e servindo-se de base, se impondo, como modo de pensamento lógico e racional que passou a identificar a própria espécie”. Porém os estudos históricos mostram que o modo ocidental de contar não é o único e que povos de diferentes regiões e culturas desenvolveram métodos próprios para solucionar problemas e que são usados até hoje. As descobertas reúnem diferentes maneiras de contar, medir, marcar o tempo e entender o Universo.
Para conhecermos as matemáticas de diferentes povos é necessário fontes de conhecimento. Essas fontes para o estudo das civilizações antigas são escassas e fragmentadas.
O continente Africano reúne diversos exemplos destes pilares da matemática ocidental. Nos anos 50, o arqueólogo belga Jean de Heinzelin, fez escavações na região da República Democrática do Congo e encontrou um pequeno osso petrificado, de apenas 10 cm de comprimento, ornado com um cristal em uma extremidade e que trazia três séries de entalhes agrupados. A descoberta realizada em um sítio perto do vilarejo de Ishango foi de extrema importância para nomear a África como berço desta ciência.
O objeto tem entre 20 mil e 25 mil anos, e apesar da antiguidade possui um caráter matemático surpreendente. O bastão comporta em suas colunas pequenos grupos de entalhes que formam um padrão aritmético e poderia ter sido utilizado ou como um jogo com operações de duplicação entre as colunas ou como um calendário lunar. Desta forma este pequeno objeto –encontrado no coração da África 15 mil anos antes dos primeiros cálculos dos faraós e 18 mil anos antes do surgimento da matemática na Grécia- espantou a comunidade científica, uma vez que os traços agrupados representavam uma lógica que resultava da necessidade de pensar numericamente e fez com que estes agrupamentos humanos criassem métodos e instrumentos matemáticos.
A matemática dos africanos não foi encontrada somente na aritmética, esta pode ser observada na arquitetura, nos tecidos, no artesanato e nos penteados típicos da região na forma de fractais. Este tipo de padrão foi estudado nos anos 70, e nada mais é do que um desenho que contém várias cópias menores dele mesmo infinitamente.
espero ter ajudado