A ideia de transcendência cultural e história da arte nossa.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são.” Fernando Pessoa
Há inúmeras possibilidades de definição de arte. Não há como limitá-las a determinado estilo ou gosto. Variações conceituais foram atribuídas no tempo e no espaço.
A palavra deriva do latim ars, artis, que significa maneira de ser ou de agir, profissão, habilidade natural ou adquirida, e, na cultura greco-romana, possuía o sentido de ofício, habilidade. Nessa concepção, a arte estava ligada ao propósito de fazer, ou seja, era concebida com base em um aspecto executivo e manual.
A arte também foi e é vista por alguns como conhecimento, visão ou contemplação. Nesse caso, coloca-se em segundo plano o aspecto exterior da arte, o objeto criado, e concede-se a ela um sentido de visão da realidade, ou seja, de retrato de formas de conhecer.
A terceira definição coloca que a arte é expressão. Essa visão, que é fruto especialmente do Romantismo, define arte com base em seus elementos externalizados em os motivos que a tornam viva, ou seja, alinha as formas do objeto artístico criado com os sentimentos que a animam e a suscitam.
Certamente todas essas concepções de arte têm seu sentido e valor. A arte é, por excelência, o lugar de conhecimento, feitura e expressão. Em resumo, a arte como um fazer, arte como conhecimento e arte como expressão.
A humanidade cria objetos para satisfazer as suas necessidades práticas – arte utilitária; como meio de vida para que o mundo saiba o que pensa; para divulgar as suas crenças (ou as de outros); para estimular e distrair a si mesmo e aos outros; e para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.
Ernest Gombrich, famoso historiador de arte, afirmou que nada existe realmente a que se possa dar o nome de arte. Existem somente artistas. Arte é um tipo de fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao tempo, mas a cada época, diferente grupos ( ou cada indívíduo) escolhem como compreendem esse fenômeno. Os historiadores de arte buscam determinar os períodos que empregam certo estilo estético, denominando-os por movimentos artísticos.
A arte registra ideias e as ideologias de culturas e etnias, sendo assim, ela se torna fundamental para a compreensão da história da humanidade e do mundo. Formas artísticas podem extrapolar a realidade, exagerar coisas aceitas ou simplesmente criar novas formas de se observar a realidade.
Uma das características da arte é a dificuldade que se tem de conferir-lhe utilidade. Muitas vezes esta dificuldade em encontrar utilidade imediata para a arte mascara preconceitos contra arte e os artistas. Como manifestação cultural humana, pode ser utilizada para coesão social, reafirmando valores ou, pelo contrário, criticando-os.
A arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão. A arte pode trazer indícios sobre a vida, a história e os costumes de um povo, de uma época, inclusive daqueles já extintos. Assim, conhecemos várias civilizações por meio de sua arte.
ESTÉTICA
A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato pelo qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza ao se esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira.
A obra de arte instiga a reflexão e os sentidos. Existe uma parte da Filosofia, chamada Estética, que se ocupa de pensar a arte e o belo. A palavra estética vem do grego aesthetiká, ou seja, coisas percebidas pelos sentidos, pelas sensações. Seria assim, a parte da Filosofia dedicada a compreender os efeitos das sensações provocadas pela arte.
O BELO E A ARTE
Quando se contempla uma obra de arte, ocorre uma interação, experimentado-se nessa relação diferentes estéticas, sentimentos e percepções. Apreciar um quadro pintado de forma tradicional, ou seja, com tinta sobre tela, por exemplo, é mergulhar em uma experiência dos sentidos.
O belo não é necessariamente o objeto criado, mas o resultado da arte, ou seja, o encontro com as sensações que a obra propicia a quem a observa. Isso porque, mesmo que um objeto criado não seja considerado belo, da forma tradicionalmente concebida – com formas perfeitas e proporções harmônicas – a experiência artística será sempre uma experiência com o belo, à medida que o contato