A história possui algum objeto de estudo?explique
Soluções para a tarefa
O objeto das ciências auxiliares da História é todo e qualquer indício dos actos e condições de vida dos homens no passado. Em comparação com a ciência histórica em geral, as ciências auxiliares da História ocupam, de acordo com o seu objeto, posição secundária. Há quem tenha tentado substituir este conceito de ciências auxiliares pelo de ciências básicas, pois que o conhecimento histórico só é possível a partir dos vestígios que nos ficam dos tempos antigos ou seja a partir das fontes. este conceito de ciências básicas da História acentua a sua importância como parte essencial da História e não como "auxiliares" que a História poderia eventualmente dispensar.
Às ciências básicas da História cabe, não o ocuparem-se do material histórico por ele próprio, mas sim ordenar esse material - em si mesmo sem vida -, descobrir novas fontes com base nas quais se possam deduzir novas certezas históricas.
ESTRUTURA.
Como ciências das fontes do conhecimento histórico, todas as ciências auxiliares, e portanto também as fontes, podem distribuir-se por três grupos, conforme dizem respeito a textos, a objetos ou a fatos.
TEXTOS (Fontes escritas).
A decifração e ordenação dos escritos antigos compete em geral à paleografia. De acordo com a distribuição dos textos segundo a sua forma externa surgem a papirologia, a epigrafia, a codicologia. Igualmente se podem distribuir as várias fontes de acordo com a sua forma interna. Assim, a diplomática ocupa-se há já longo tempo dos documentos; de constituição recentíssima é a chamada "publicística histórica", que não se apresenta ainda sistematicamente organizada.
OBJETOS.
A moedas, os selos e os brasões são há séculos objeto da numismática, da esfragísitica e da heráldica. Por outro lado, os monumentos jurídicos, entre eles muito particularmente os símbolos de soberania, só recentemente foram considerados fontes históricas; correspondem-lhe respectivamente a arqueologia do direito e a insignologia.
Poderão igualmente ser consideradas ciências auxiliares o estudo do vestuário, da alimentação, da casa, dos divertimentos, etc., que constituem capítulos da chamada "vida quotidiana.
Por seu lado, a iconografia começa a debruçar-se sobre as obras de arte, encarando-as como fontes históricas. O ambiente físico e humano, na sua interação, constitui, por seu vez, objeto de estudo da geografia histórica.
FATOS OU CIRCUNSTÂNCIAS (-> Fontes, generalidades).
Em primeiro lugar, não são objeto das ciências históricas, mas sim das ciências sistemáticas: a jurisprudência e a teologia ocupam-se das instituições, a sociologia e a etnologia dos costumes e do comportamento dos povos, a economia política dos vários aspectos econômicos, a filologia dos idiomas, e assim por diante. É evidente que o conhecimento abrangido por todos estes campos do saber não só é útil como muitas vezes indispensável à boa compreensão dos fenômenos do passado. Deste modo as ciências sistemáticas, principalmente as suas disciplinas históricas (História do Direito, História da Igreja, História das Línguas, História Social, História Econômica, etc.), são também ciências auxiliares da História. Os que a elas se dedicam debruçam-se sobre as mesmas fontes que os historiadores, encarando-as embora de perspectiva diferente – perspectiva que deriva da sistemática da sua ciência própria.
De maior amplitude dentro das ciências auxiliares da História são a cronologia e a metrologia. Correspondendo embora a determinados grupos de fontes (aos calendários e padrões antigos), o certo é que a sua verdadeira tarefa não consiste apenas na exploração desses elementos, mas sim em reconstituir a estrutura métrica por meio da qual no passado os homens dividiam o tempo e o espaço. Indiretamente a cronologia e a metrologia esclarecem muitos problemas de outras fontes.
Cabe mencionar também a genealogia, cujo objeto não é determinado grupo de fontes (as velhas árvores genealógicas), mas o próprio homem. Não se esgota na comprovação de descendências, sendo atualmente praticada, ao mesmo tempo, como estudo de pessoas e de populações, e em certos casos até como antropologia. Por isso se torna tão evidente na genealogia a ligação entre as ciências auxiliares da História e a própria História no seu sentido geral."