História, perguntado por aaaaaaaaaaaaaa14, 10 meses atrás

A Guerra Civil Espanhola, também conhecida como Ensaio Geral, uma vez que serviu de treinamento para a Segunda
Guerra Mundial, ocorreu entre 1936 e 1939 e dividiu a Espanha em dois grandes grupos, quais grupos eram esses?
OA) Comunistas x Socialistas
OB) Anarquistas x Socialistas.
OC) Socialistas x Fascistas
OD) Conservadores x Fascistas

Soluções para a tarefa

Respondido por mariasilva6839
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Resposta:

Guerra Civil Espanhola, que transcorreu entre 1936 e 1939, foi um conflito armado que envolveu facções políticas e militares na Espanha durante o período da chamada Segunda República. Foi nessa guerra que, pela primeira vez, potências totalitárias, com a Alemanha Nazista, de Hitler, e a União Soviética, de Stalin, mostraram ao mundo suas inovações militares, ao darem auxílio aos seus respectivos aliados ideológicos. Foi nesse contexto, por exemplo, que a aviação alemã bombardeou a cidade de Guernica, como forma de demonstração militar, fato que ocasionou a morte de milhares de civis.

Situação política da Espanha na primeira metade do século XX

Com os ventos da Revolução Bolchevique, ocorrida na Rússia, em 1917, a Espanha, assim como outras tantas nações europeias à época, teve em seu território a ascensão de muitos grupos de extrema-esquerda, tanto de orientação socialista mais ponderada quanto de orientações radicais, como anarquistas e comunistas revolucionários. O então regime político prevalecente na Espanha era a monarquia, sendo Afonso XIII o rei.

Entre os dias 13 e 15 de setembro de 1923, com apoio do rei, o aristocrata e militar general Miguel Primo de Rivera deu um golpe de Estado que instaurou uma ditadura de orientação nacionalista. Durante o governo de Rivera, a pressão por parte das organizações republicanas, sendo a maioria de esquerda, fez com que o rei Afonso demitisse o ditador em 29 de janeiro de 1930. A estratégia do rei era dar abertura para participação republicana, sem, contudo, promover transformações profundas. No entanto, a demissão do ditador deu mais intensidade às manifestações antimonárquicas.

Em fevereiro de 1931, um almirante chamado Juan Bautista Aznar foi designado pelo rei a convocar novas eleições. Tais eleições mostraram uma grande adesão popular às candidaturas republicanas. No dia 14 de abril, foi proclamada na Espanha a Segunda República, e o rei teve que deixar a condição de chefe de Estado e sair do país.

O primeiro presidente eleito foi Niceto Alcála-Zamora, que governou até 1936. Um dos principais problemas da República era a tensão entre as facções dos partidos políticos. Havia, por um lado, os monarquistas restauradores, os integrantes da Falange Española e a Confederación Española de Derechas Autónomas (Ceda); por outro, os partidos da Frente Popular, os Aliados da Frente Popular (anarcossindicalistas e anarquistas) e os bascos, que lutavam pela emancipação política.

Essas forças contrárias chocaram-se logo no início do segundo governo republicano, o de Manuel Azaña Díaz, que assumiu a presidência em 1936, tendo como primeiro-ministro Largo Caballero, político socialista renomado. Contra a Frente Popular e a gestão de Largo Caballero, insurgiu-se o Movimento Nacional, que congregava as forças da direita. Liderados pelo general Francisco Franco, os nacionalistas deram um golpe contra a Segunda República. Esse foi o estopim para o desencadeamento da guerra.

Desenvolvimento da guerra

Apesar de ter havido uma polarização nítida no desenvolvimento do conflito, a Guerra Civil Espanhola não pode ser resumida pura e simplesmente no embate entre direita e esquerda na Espanha, pois cada um desses campos era segmentado e bastante complexo. Como diz o historiador Antony Beevor:

Surgiram dois outros eixos de conflito: o centralismo estatal contra a independência regional e o autoritarismo contra a liberdade do indivíduo. As forças nacionalistas da direita eram muito mais coesas porque, com poucas exceções, combinavam três extremos coesivos. Eram ao mesmo tempo de direita, centralistas e autoritárias. A República, por outro lado, constituía um caldeirão de incompatibilidades e suspeitas mútuas, com centralistas e autoritários, principalmente comunistas, enfrentando a oposição de regionalistas e libertários. [1]

Além do combate regular travado entre militares com ideologias opostas, houve na Guerra Civil Espanhola a chamada guerra irregular, isto é, a tática de guerrilha levada a cabo por camponeses, intelectuais e operários, que se valiam de emboscadas, infiltrações, armadilhas etc. Além disso, a crueldade também foi um fator onipresente na guerra. Comunistas e anarquistas aproveitaram a ambiência da guerra para destroçar tudo o que fazia referência à monarquia e à tradição católica. Conta Antony Beevor que “[…] de uma comunidade de cerca de 115 mil indivíduos, 13 bispos, 4.184 padres, 2.365 integrantes de outras ordens e 283 freiras foram mortos, a grande maioria no verão de 1936.” [2]

As mortes eram precedidas de estupros, no caso das freiras, e tortura, no caso de padres, bispos etc. Além disso, era frequente a profanação dos símbolos sagrados do catolicismo. Continua Beevor:

Alguns morreram queimados em suas igrejas e há relatos de castração e evisceramento e de que alguns foram enterrados vivos depois de obrigados a cavar o próprio túmulo.


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